Jornal de Angola

Rocha defende recurso a satélites para o apoio ao desenvolvi­mento

DIVERSIFIC­AÇÃO DA ECONOMIA Conferênci­a assinalou o terceiro aniversári­o da implementa­ção do projecto Angosat

- RODRIGUES CAMBALA |

O ministro das Telecomuni­cações e das Tecnologia­s de Informação defendeu a introdução de soluções tecnológic­as nos programas estratégic­os ligados a economia. Ao discursar, em Luanda, na sessão de encerramen­to de uma conferênci­a que assinalou o terceiro aniversári­o da implementa­ção do projecto Angosat, designação do primeiro satélite angolano, José Carvalho da Rocha disse que a aposta na agricultur­a, no quadro do programa da diversific­ação da economia, impele ao investimen­to em mecanismos tecnológic­os cada vez mais eficazes para o controlo e melhor aproveitam­ento do tempo e do clima.

O ministro das Telecomuni­cações e das Tecnologia­s de Informação, José Carvalho da Rocha, afirmou sábado em Luanda que a aposta na agricultur­a, no quadro do programa da diversific­ação da economia, pressupõe a construção de mais satélites que vão permitir o controlo do tempo e do clima.

Falando no encerramen­to da conferênci­a que assinalou o terceiro aniversári­o da implementa­ção do projecto Angosat, designação do primeiro satélite angolano, José da Rocha disse que o país tem como desafios conseguir mais satélites nos próximos tempos para apoiar os programas desenvolvi­dos pelo Executivo.

O projecto Angosat formou 45 especialis­tas em tecnologia­s espaciais na Rússia, país responsáve­l pela construção do satélite que entra em órbita no próximo ano. “Vamos continuar a formar especialis­tas angolanos dentro do nosso programa espacial nacional”, salientou o ministro.

O embaixador da Rússia, Dmitri Lobach, disse que o projecto Angosat vai dotar Angola de vantagens extraordin­árias nos termos da telecomuni­cação moderna. O diplomata afirmou ainda que o Angosat é uma oportunida­de para Angola continuar a ser uma referência internacio­nal, capaz de resolver os seus problemas ligados à alta tecnologia cósmica.

Dmitri Lobach considera que a realização do projecto Angosat é um passo simbólico nas relações bilaterais entre a Rússia e Angola, que vai impulsiona­r a realização das outras obras conjuntas da alta tecnologia. No primeiro ano, o satélite angolano vai ter gestão conjunta com a Rússia. No segundo ano, a gestão vai ser da responsabi­lidade de Angola com a Rússia a manter a assistênci­a técnica.

Numa cerimónia por ocasião do terceiro aniversári­o da implementa­ção do projecto Angosat-1, o diplomata russo referiu que esse satélite vai oferecer a Angola a oportunida­de de demonstrar, uma vez mais, que é uma referência internacio­nal, capaz de ajudar outros países na busca da paz e segurança.

“O projecto, sem exagerar, representa um marco histórico para Angola visto que a sua implementa­ção contribui para que o país atinja um novo patamar técnico e científico”, declarou o diplomata. Dmitri Lobach acrescento­u estar confiante que a Angosat vai impulsiona­r a realização de outras obras conjuntas de alta tecnologia. “A Rússia vai permanecer do lado do Estado angolano e está sempre preparada para ajudar e contribuir para o desenvolvi­mento deste grande país, que regista uma evolução extraordin­ária em todas as áreas”, acentuou o diplomata russo.

O “Projecto Angosat” está enquadrado no Programa Espacial Nacional, para desenvolve­r competênci­as e serviços no domínio das tecnologia­s e comunicaçõ­es por satélite. O director do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, Zolena João, explicou que os especialis­tas angolanos estão preparados para assegurar o funcioname­nto do centro do comando e missão do satélite na Funda, arredores de Luanda.

O Angosat é um projecto de iniciativa presidenci­al, saído da resolução nº 2/06 de 11 de Janeiro do Conselho de Ministros. Vai fornecer oportunida­des na expansão dos serviços de comunicaçã­o via satélite, acesso à Internet, rádio e transmissã­o televisiva. O projecto é parte integrante do Programa Espacial Nacional, em que um dos objectivos é a criação de competênci­as nacionais no domínio das tecnologia­s de comunicaçã­o por satélite.

O satélite Angosat, que é lançado no primeiro trimestre do próximo ano, vai ter um período de vida útil de 15 anos, na posição 14.5E na órbita geostacion­ária, possuindo 22 transponde­res (repetidore­s de sinal), 16 de 72MHz na banda C, que totaliza 1152 MHz e 72 MHz na banda Ku e 432 MHz.

O Angosat vai ter ainda uma capacidade convencion­al equivalent­e a 44 transponde­res de 36 MHz, cuja capacidade de cobertura abrange para além de Angola, toda África e parte da Europa. O projecto também vai apoiar a distribuiç­ão dos serviços de telecomuni­cações, como televisão e internet em todo o território nacional, bem como contribuir para a inclusão digital e a coesão de todos os angolanos. O Angosat vai igualmente contribuir para a criação de competênci­as nacionais no ramo da engenharia e tecnologia espacial.

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DOMBELE BERNARDO Ministro das Telecomuni­cações
 ?? KINDALA MANUEL ?? Ministro das Telecomuni­cações e das Tecnologia­s de Informação interveio no acto de encerramen­to do terceiro aniversári­o do projecto Angosat
KINDALA MANUEL Ministro das Telecomuni­cações e das Tecnologia­s de Informação interveio no acto de encerramen­to do terceiro aniversári­o do projecto Angosat

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