Angela Merkel é candidata a novo mandato
Numa reunião ontem, em Berlim, com membros da direcção do seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou a intenção de concorrer a um quarto mandato nas eleições legislativas do próximo ano. Além do desejo de apresentar uma nova candidatura para chanceler durante as legislativas de 2017, a chefe de Governo alemão expressou a intenção de ser reeleita como presidente da CDU no Congresso de Dezembro. Após 11 anos à frente do país, Merkel já ostenta o recorde de longevidade entre os actuais governantes ocidentais.
A chanceler alemã, Angela Merkel, comunicou ontem ao seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), em Berlim, que pretende concorrer a um quarto mandato nas eleições legislativas do próximo ano.
Além do desejo de apresentar uma nova candidatura para chanceler durante as legislativas de 2017, a chefe de Governo alemão expressou a intenção de ser reeleita como presidente da CDU no Congresso de Dezembro. Após 11 anos à frente do país, Merkel já ostenta o recorde de longevidade entre os actuais governantes ocidentais.
Julia Klöckner, do CDU e muito próxima a Merkel, defendeu a candidatura e afirmou que a chanceler é “uma garantia de estabilidade e confiabilidade num período turbulento”.
A julgar pelas pesquisas, Merkel tem fortes hipóteses de conquistar o quarto mandato como chanceler e entrar para a história da Alemanha ao superar o tempo de poder do icónico chanceler do pós-guerra Konrad Adenauer que ficou 14 anos, e o do seu próprio mentor político, Helmut Kohl, recordista com 16 anos.
Uma pesquisa publicada pelo jornal Bild, 55 por cento dos alemães deseja que Merkel permaneça no cargo, contra 39 por cento de opiniões contrárias. A aceitação de Merkel tende a subir, pois que em Agosto, o índice favorável à chanceler era de 50 por cento.
No entanto, Merkel está numa situação paradoxal: elogiada no exterior, onde as expectativas a seu respeito aumentaram após a vitória de Donald Trump na eleições americanas, na Alemanha enfrenta um ano eleitoral de certo modo fragilizada pela polémica provocada pela decisão de receber um milhão de refugiados no país.
Esta semana, Barack Obama elogiou Merkel em Berlim durante a sua última viagem oficial como Presidente dos EUA. “Se fosse alemão, poderia dar meu apoio”, disse.O atraso no anúncio da candidatura está relacionado com a perda de poder. Após a polémica sobre a recepção aos refugiados, Merkel teve que lidar com a rebelião da CSU, partido aliado bávaro, que ameaçou não apoiar a sua candidatura em 2017, antes de mudar de opinião ante a falta de alternativa.
A chanceler sofreu outro revés este mês ao não conseguir designar um membro do seu partido como candidato a Presidente em 2017, um posto para o qual foi escolhido o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, actual ministro dos Negócios Estrangeiros.
Angela Merkel mantém a vantagem sobre os demais oponentes, já que não possui rivais fortes no CDU e continua sendo muito mais popular que os seus adversários social-democratas.