CARTAS DO LEITOR
Merenda escolar
Vai terminar o ano lectivo de 2016 e era bom que se fizessem os necessários balanços para se saber o que foi bem feito, o que foi mal feito e o que faltou fazer. Os balanços implicam avaliações do nosso trabalho e estas ajudam a melhorar o nosso desempenho. E é de bom desempenho que precisamos no nosso ensino.
Uma das coisas que no próximo ano lectivo se devia fazer era montar um sistema mais eficiente de distribuição de merenda escolar em todas as escolas primárias públicas. Penso que já altura de termos o sistema de distribuição de merenda escolar sem lacunas. Há experiências de outros países, mesmo africanos, que deviam ser conhecidas para vermos que modelo de distribuição de merenda em escolas pode resolver os nossos problemas.
O Ministério da Educação deve ser, salvo melhor entendimento, a entidade que deve supervisionar a distribuição da merenda escolar. Que a distribuição de merenda escolar esteja a cargo de entidades idóneas, para se garantir que as nossas crianças recebam nas suas escolas alimentos de forma contínua. A distribuição de merenda pode contribuir para o bom desempenho escolar das nossas crianças.
Por outro lado gostava de alertar aos responsáveis do Ministério da Educação para o estado das casas de banho de muitas escolas públicas. É preciso que se façam obras de reabilitação de casas de banho em muitas escolas públicas. É necessário garantir um ambiente sadio nas escolas, para evitar que os estudantes contraiam doenças.
Os quadros nacionais
Sinto orgulho do sucesso que vários músicos angolanos tem tido, ao ponto de ser com muita frequência convidados para espectáculos no exterior do país. É impressionante o número de cantores angolanos com muita qualidade. Isso é fruto de muito trabalho . Que o exemplo destes músicos que muito trabalham para terem sucesso na sua profissão seja seguido por outros angolanos que trabalham noutros sectores.
Para mim , os nossos músicos têm mostrado que com trabalho abnegado pode-se ir muito longe. Temos de trabalhar muito para conseguirmos ter sucesso, não só ao nível da música, mas também noutros domínios da vida nacional. Temos quadros com muito talento em várias áreas do saber. É necessário valorizá-los. E temos de ser nós a valorizar, em primeiro lugar, o talento dos nossos compatriotas. Não devemos ficar à espera que quadros angolanos sejam primeiro valorizados no estrangeiro. Devemos todos nós, angolanos, sentir orgulho dos nossos melhores músicos , juristas , engenheiros, médicos, arquitectos , enfermeiros, sociólogos , antropólogos, historiadores , filósofos , economistas, gestores , para só citar estas profissões. Muitos dos nossos quadros superiores estudaram em várias universidades estrangeiras e obtiveram elevadas notas. Por que razão então não se dá por vezes o devido valor aos quadros nacionais que fizeram os seus cursos com notas excelentes dentro e fora do país? Qual é a dificuldade em se reconhecer que há quadros angolanos capazes de exercer certo tipo de tarefas? Qual a dificuldade de se remunerar bem os bons quadros nacionais? A quem aproveita a marginalização de técnicos angolanos? É preciso que se comece a valorizar o mérito. A mediocridade não nos levará a lago algum. A prosperidade constrói-se com a excelência. A valorização do mérito fará com que todos se esforcem mais.
Livrarias em municípios
Constato que nos nossos municípios há mais estabelecimentos comerciais para venda de produtos alimentares do que livrarias. Por que razão não há livrarias em muitos dos nossos municípios ? Temos por exemplo em Luanda municípios com mais de 500 mil habitantes. Gostava que os nossos empresários investissem também em livrarias. Ou será que este negócio não dá muito dinheiro, tendo em conta os preços dos livros que têm de ser praticados e que não podem ser suportados pelos consumidores?