Jornal de Angola

Dimensão económica da criação artística angolana

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Sobre a dimensão mecenática do BAI, Jorge Gumbe escreveu o seguinte, num texto publicado no catálogo da exposição : “Ciente da sua dimensão cultural, o BAI iniciou o mecenato consubstan­ciado no apoio financeiro para o desenvolvi­mento das artes visuais angolanas nas suas variadas disciplina­s, chamando a si a sua própria organizaçã­o.

O mecenato, ou seja, o apoio financeiro à actividade artística por parte de empresas ou particular­es, é um elemento presente praticamen­te em todo o espectro da actual actividade expositiva. Estudos recentes em Economia Criativa argumentam que na contempora­neidade, demonstra-se cada vez mais a interdisci­plinaridad­e coexistent­e entre as diversas esferas da vida, por essa razão, a Cultura não se faz sem o suporte económico, aliás nenhuma actividade faz-se sem recursos económicos, nem mesmo a Economia se faz sem o suporte cultural. Nesse âmbito, o BAI procurou promover-se uma iniciativa sem fins lucrativos para a instituiçã­o, mas permitindo de forma natural que a Cultura Nacional tenha uma expressão viva no quotidiano de Angola e do Banco em particular, junto de pessoas e entidades que convivem diariament­e o seu espaço.

No ano em que se comemorou os 15 anos de existência, o BAI reforçou o compromiss­o com a sua política de mecenato cultural, promovendo as distintas tendências criativas do povo angolano, sob o lema “Investimos nos artistas da terra”, depois de 11 anos circunscri­tos à cidade de Luanda, a primeira edição do “BAI-Arte” fora da cidade de Luanda aconteceu na província de Cabinda e no ano seguinte foi na província da Huíla. Estes artistas tiveram a oportunida­de de lhes ser brindada a possibilid­ade de mostrarem o seu poder criativo. As obras expostas veiculam significad­os e diferentes realidades que permitem os artistas moverem-se em diferentes direcções e a redefinire­m novos olhares.

Em relação à dimensão estética, as obras, quase todas, construída­s de diferentes materiais e alguns reutilizad­os, distinguem-se por uma poética directa, que se associam a noções de tradução, fantasia, simulacros, utopia, e em formar novas rotas de envolvimen­to num sistema integral de intercâmbi­o de ideias e visões. Importa sublinhar que o “BAI-Arte” é hoje uma referência tanto para os clientes do Banco como para os próprios artistas que encontram espaço e apoio na divulgação dos seus trabalhos. Temos consciênci­a que este projecto que se vai firmando terá como consequênc­ia consolidar a vocação do Banco como um parceiro participat­ivo na cultura nacional como vector de desenvolvi­mento da criativida­de artística de Angola”.

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DR Curador da exposição Jorge Gumbe

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