Secretário da Aliança Atlântica acredita no apoio de Washington
O Secretário-Geral cessante da ONU definiu, num comunicado, a nomeação de Samy Badibanga para primeiro-ministro da República Democrática do Congo (RDC) como “o primeiro passo concreto” na aplicação do acordo político assinado em Outubro pela Maioria presidencial, partidos políticos da oposição congolesa e forças da sociedade civil que integraram o diálogo nacional realizado naquele país da África Central.
No documento, Ban Ki-moon convida o novo Governo a criar um clima propício “para defender os direitos e liberdades fundamentais e para a realização de eleições credíveis e inclusivas”, e pede às forças políticas que não assinaram o acordo “para resolver as suas diferenças de forma pacífica”.
À todos os actores políticos congoleses, o Secretário-Geral da ONU apela a “trabalharem de boa-fé e num espírito de compromisso para uma solução política que prepare o caminho para eleições pacíficas, credíveis, inclusivas e oportunas”. Tais medidas devem ir de acordo com a Constituição e com a Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Governação, conclui a nota, que destaca os esforços de mediação da Conferência Episcopal do Congo (CENCO).
O Presidente cessante congolês, Joseph Kabila, nomeou na quintafeira o político da oposição Samy Badibanga primeiro-ministro de um Governo de transição criado para preparar as próximas eleições gerais (presidenciais, legislativas e regionais) que, ao abrigo de um acordo, devem ser realizadas em simultâneo em Abril de 2018.
O acordo político adia as eleições gerais para Abril de 2018, autoriza o Presidente cessante congolês a permanecer no cargo interinamente até a realização das eleições presidenciais e permite a formação de um governo de união nacional, dirigido por um membro da oposição e cuja prioridade é organizar a votação. Anomeação de Samy Badibanga, amigo e antigo conselheiro de Etiene Tshisekedi, um dos dois principais líderes políticos da oposição congolesa, ao lado de Möise Katumbi, é entendida por analistas políticos congoleses como uma tentativa do Chefe do Estado congolês se aproximar da oposição que rejeita o acordo político e exige que Joseph Kabila deixe o poder no final do seu mandato, em 19 de Dezembro.
Ao discursar perante a nação, no Congresso, o Chefe de Estado cessante congolês sublinhou que o acordo político saído do diálogo nacional “é a única via” para resolver as diferenças políticas.
Joseph Kabila, que também prometeu fazer respeitar a Constituição e não permitir que o país seja feito “reféns de estratégias insurreccionais”, o que é entendido como um recado à “Ressamblement”, denunciou o que chamou de “ingerência estrangeira” e recordou que a RDC “tem direito a sua independência e soberania”.