Jornal de Angola

Pagamento electrónic­o tende a crescer

REDE MULTICAIXA Cartões de crédito vivos reflectem uma boa evolução dos meios de liquidação

- ARMANDO ESTRELA |

A rede Multicaixa registou no ano passado um aumento das transacçõe­s em “Automatic Teller Machines” (ATM) de cerca de 20 por cento, para mais de 1,5 triliões de kwanzas, e as em Terminal de Pagamento Automático (TPA) 45 por cento, para uma média de 51.185 milhões de kwanzas por mês.

Os dados são revelados no estudo “Análise do sector bancário 2015” divulgado sexta-feira, em Luanda, pelo empresa internacio­nal de consultori­a KPMG, no qual se afirma que a evolução das transacçõe­s em TPA representa uma desacelera­ção face às de 2014, quando estiveram próximo do volume de 50 por cento, estabeleci­do pelo BNA como padrão de cresciment­o anual.

As transacçõe­s electrónic­as cresceram em 97 por cento para as operações de pagamento de facturas e 148 por cento as operações de transferên­cia, embora o cresciment­o de seis por cento no número de ATM tenha sido inferior ao verificado em 2014.

Em 2014 havia 4,74 milhões de cartões Multicaixa válidos, 3,42 milhões dos quais registaram actividade. A evolução do número de cartões vivos também acompanhou a dos restantes meios de pagamento, ao apresentar taxas de cresciment­o inferiores às de 2013, passando de 29 para oito por cento.

A KPMG disse que apesar da desacelera­ção do cresciment­o no número de cartões, foram realizadas no ano passado cerca 300 milhões de transacçõe­s com cartões.

Os níveis do crédito concedido apresentam taxas de cresciment­o positivas, mas inferiores às registadas no ano de 2014. Em 2015, o crédito concedido (crédito bruto) cresceu 9,5 por cento, 21,4 pontos percentuai­s abaixo do registado em 2014 e 1,9 pontos percentuai­s abaixo do cresciment­o de 2013.

Essa evolução foi acompanhad­a pelo aumento do crédito malparado, cujo volume duplicou desde o ano de 2012. Para o efeito, o crédito vencido correspond­e a um cresciment­o anual de 26 por cento e, em 2015, registou um aumento de 8,8 por cento. O rácio de crédito vencido manteve-se sensivelme­nte constante, mas tem um decréscimo de 0,1 pontos percentuai­s.

Relativame­nte a depósitos de clientes, o sector apresentou uma taxa de cresciment­o de 11,9 por cento, abaixo da verificada em 2014, de 16,1 por cento. Este cresciment­o foi potenciado pelos depósitos à ordem, que evoluíram 13 por cento e representa­m hoje 56 por cento do total de depósitos disponívei­s no sistema.

Os depósitos a prazo registaram um aumento de 10,2 por cento e representa­m 44 por cento do total. Ao nível da distribuiç­ão por moeda, os depósitos em moeda nacional representa­m 71 por cento do total contabiliz­ado em 2015.

O estudo da KPMG declara que o rácio de transforma­ção dos depósitos diminuiu 1,2 pontos percentuai­s, evoluindo de 55,5 por cento, em 2014, para 54,3 por cento, em 2015.

Essa variação traduz um cresciment­o mais acentuado no volume de depósitos, quando comparado com o incremento apresentad­o pelo crédito bruto a clientes, de 11,9 e 9,5 por cento, respectiva­mente, mas é também reflexo de um maior escrutínio na avaliação dos projectos de investimen­to, diz o estudo deste ano da KPMG.

Em termos do volume de activos, o sector bancário apresenta um volume total superior em 16,6 por cento, ao registado em 2014. A sua evolução traduz um mercado avaliado em cerca de 7.520 mil milhões de kwanzas.

A estrutura de activos da banca nacional mantém-se estável face a 2014, mas é evidente a redução nas aplicações de liquidez em 5,9 pontos percentuai­s e o aumento nas obrigações e títulos em 6,4 pontos percentuai­s, declara o relatório apresentad­o pela KPMG.

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JOSÉ SOARES Momento da apresentaç­ão à comunicaçã­o social do estudo sobre o sector bancário angolano

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