Preparativos registam atrasos
Tomada de posse do elenco eleito está a inviabilizar acções
A 38 dias do tiro de largada da 61.ª edição da corrida de fim de ano São Silvestre de Luanda, não se vislumbram sinais visíveis acerca dos preparativos da prova, ao contrário das anteriores realizações, e não se sabe ainda quem vai assumir a organização da competição.
A realização das eleições na Federação Angolana de Atletismo (FAA), que culminaram com a vitória nas urnas de Bernardo João sobre o presidente cessante, Carlos Rosa, está a inviabilizar a organização da corrida, visto que o elenco vencedor ainda não tomou posse.
Com objectivo de encontrar uma saída para o sucesso da competição, Bernardo João e Carlos Rosa reúnem-se amanhã para definir com quem fica a incumbência de organizar a tradicional corrida pedestre, que todos os anos saí às ruas da capital angolana no dia 31 de Dezembro.
Muito está por ser feito, porque a corrida nem sequer está orçamentada. A situação financeira que o país atravessa, devido à baixa do preço do barril de petróleo no mercado internacional, pode influenciar na presença de atletas estrangeiros, habitualmente convidados para a competição. Do ponto de vista administrativo e financeiro os passos estão a ser dados, mas de forma muito tímida. A organização ainda não tem definidos os valores a atribuir como prémios dos fundistas, porque o orçamento não está feito.
Adriano Nunes, ex-presidente da direcção cessante, disse ontem, no programa Clube Angola da Rádio Cinco, que o atraso nos preparativos da São Silvestre está interligado às questões económicas do país.
Apesar da situação financeira, Adriano Nunes garantiu que a corrida sempre se realiza. “A São Silvestre tem de sair. Não há motivos para suspender a prova. Os passos administrativos estão a ser dados. Se os dinheiros forem disponibilizados, e termos garantias de pagamento da premiação de divisas aos atletas estrangeiros, estes serão convidados”, referiu o ex-director técnico da prova. Quanto aos apoios financeiros dos patrocinadores da prova, Adriano Nunes adiantou que alguns estão a cumprir com as suas obrigações. Se o elenco de Bernardo João não puder organizar a São Silvestre, o ex-presidente do elenco anterior assegurou que o cessante assume a responsabilidade. “Caso eles não possam, estaremos em condições de o fazer. A esta altura já tínhamos tudo preparado”, disse Adriano Nunes.
O fundista Artur Santiago preconiza uma melhor organização, comparativamente às outras provas. “Gostava que este ano a corrida superasse as anteriores. Os atletas estão ansiosos por saber quem vai ficar com a competição” . Filipe Viete, antigo praticante da modalidade, lamentou o atraso nos preparativos da corrida. “Não tenho preferências pelos organizadores. Nada está a ser feito” , disse, desapontado.