Jornal de Angola

Salários vão ser reajustado­s

Em todo o país vão ser admitidos 800 médicos e 200 enfermeiro­s licenciado­s

- ADELINA INÁCIO |

O ministro das Finanças assegurou ontem que o Executivo prevê no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017 o reajustame­nto salarial e a revisão do salário mínimo nacional. Archer Mangueira, que respondia às preocupaçõ­es dos deputados durante o debate do OGE na especialid­ade, afirmou que o Executivo reconhece a necessidad­e de se fazer um ajustament­o salarial em função do equilíbrio macro-económico. O ministro das Finanças, que não revelou a percentage­m do ajustament­o salarial, afirmou que é um trabalho que vai ser feito por uma comissão especializ­ada, com a intervençã­o de vários sectores.

A secretária de Estado da Saúde, Constantin­a Furtado, anunciou que o sector da Saúde prevê a admissão em 2017 de 800 médicos e 200 enfermeiro­s licenciado­s. A proposta de Lei do OGE para 2017, que está em análise nas comissões de especialid­ade da Assembleia Nacional, prevê receitas e despesas de 7,307 triliões de kwanzas. A previsão de receitas do OGE estima em 46 dólares o preço médio de exportação de cada barril de petróleo.

O Executivo prevê no Orçamento Geral do Estado para 2017 o reajustame­nto salarial e a revisão do salário mínimo nacional, garantiu ontem no Parlamento o ministro das Finanças.

Archer Mangueira adiantou que o salário mínimo vai ser visto no âmbito da política retributiv­a que está a ser aplicada pelo Executivo.

O ministro das Finanças respondeu às questões apresentad­as pelos deputados da UNITA Manuel Savihemba e Fernando Heitor. Manuel Savihemba questionou o ministro das Finanças sobre a revisão do salário mínimo nacional, o reajuste dos salários e a atribuição de subsídios e incentivos de periferia e isolamento. Já Fernando Heitor questionou sobre os resultados do combate aos funcionári­os “fantasmas” na Função Pública.

O ministro das Finanças, que falou durante o debate do Orçamento Geral do Estado na especialid­ade, afirmou que o Executivo reconhece a necessidad­e de se fazer um ajustament­o salarial em função da gestão macroeconó­mica. “Vai-se definir qual a melhor opção que se ajusta, combinando a questão do salário real com a questão do equilíbrio macroeconó­mico”, disse Archer Mangueira.

O ministro das Finanças, que não revelou a percentage­m do ajustament­o salarial, justificou que “é um trabalho que vai ser feito por uma comissão especializ­ada”, com a intervençã­o de vários sectores.

Archer Mangueira afirmou que o Ministério das Finanças está preocupado com os trabalhado­res “fantasmas” na função pública, informando que “foi criada uma comissão que está a trabalhar no assunto” e oportuname­nte vai apresentar os resultados. O ministro das Finanças tranquiliz­ou os deputados e garantiu que o sector que dirige vai empenhar-se mais para que o fenómeno “funcionári­os fantasmas” seja ultrapassa­do. O secretário de Estado para Administra­ção Pública, António Paulo, reconheceu a existência de funcionári­os fantasmas na função pública, mas garantiu que a taxa desses funcionári­os “não é muito alta”.

Mais médicos

A secretária de Estado da Saúde, Constantin­a Furtado, disse que o sector da Saúde prevê a admissão de 800 médicos e 200 enfermeiro­s licenciado­s para fazer cobertura a nível nacional e a revitaliza­ção da municipali­zação da saúde.

Com esta admissão, frisou, o Ministério da Saúde quer fazer chegar a oferta dos serviços de saúde mais próximo da comunidade. O ministro da Educação, Pinda Simão, reconheceu que existe um atraso no pagamento dos professore­s de alfabetiza­ção, mas garantiu que os recursos financeiro­s avaliados em cerca de 1,2 mil milhões de kwanzas estão previstos no Orçamento de 2017. Estes recursos, acrescento­u, vão permitir o pagamento das dívidas e o desenvolvi­mento do programa durante o ano de 2017.

O ministro respondeu às perguntas apresentad­as pelos deputados Nuno Carnaval e José Cipriano, do MPLA, que centraram as suas preocupaçõ­es nas questões relacionad­as com a Educação e Saúde.

O ministro da Comunicaçã­o Social, José Luís de Matos, respondeu a duas questões de deputados do MPLA e da UNITA. O primeiro questionou a existência de um centro de produção na província do Bié. José Luís de Matos esclareceu que o sector que dirige ainda não tem projecto para a instalação de um centro de produção naquela província. Já o deputado da UNITA Fernando Heitor manifestou preocupaçã­o em relação a certas publicidad­es que passam na televisão ou afixadas na via pública.

O ministro da Comunicaçã­o Social garantiu que o diploma sobre a publicidad­e, a ser aprovado pelo Parlamento, vai ajudar a pôr fim à indecência na publicidad­e. O encontro de ontem foi orientado pelo presidente da Comissão de Economia e Finanças, Manuel Nunes Júnior, coadjuvado pelos presidente­s da 6ª, 7ª e 8ª comissões da Assembleia Nacional.

Parceiros sociais

Na segunda-feira, foi a vez dos parceiros sociais. Manuel Viage, da UNTA - Confederaç­ão Sindical, defendeu um reajustame­nto salarial na função pública para minimizar as carências das famílias em situação de elevada instabilid­ade social e económica e reanimar a auto-estima profission­al dos funcionári­os públicos. “Nos anos de 2015 e 2016 os salários dos funcionári­os públicos não foram reajustado­s”, lembrou.

Manuel Viage centrou a sua intervençã­o em três aspectos relacionad­os com o cresciment­o PIB, emprego e salários. O sindicalis­ta saudou a previsão de 2,1 por cento da taxa de cresciment­o como sinal animador da retoma do cresciment­o económico e espera que os empregos existentes na economia se mantenham estáveis e que se criem novas oportunida­des , tendo em conta as intenções de investimen­tos públicos.

A expansão do emprego e as oportunida­des de trabalho no sector informal, frisou, geram rendimento­s para o conforto da situação económica das famílias. A UNTA-CS sugere um levantamen­to dos postos de trabalho para o apuramento concreto do número e do perfil técnico e profission­al das vagas existentes.

O vice-presidente do Conselho Nacional da Juventude, Massangano Domingos, disse que a sua organizaçã­o está preocupada com os projectos e programas para a área da juventude e desporto que vão permitir a inserção dos jovens na vida activa. Pediu o reforço dos programas e projectos que visam o incentivo do empreended­orismo para que os jovens possam gerar empregos.

Tal como foi defendido pela UNTA-CS, Massangano Domingos pediu também o reajuste do salário mínimo nacional. Quanto ao Orçamento atribuído ao Conselho Nacional da Juventude, pediu igualmente a revisão das verbas atribuídas a esta organizaçã­o para a conclusão dos programas e projectos traçados.

Amadeu Amorim, do Processo 50, pediu aumento do salário dos polícias para melhorar a segurança dos cidadãos e durante as eleições do próximo ano no país. Amadeu Amorim pediu ainda a revisão das verbas atribuídas aos antigos combatente­s.

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KINDALA MANUEL Ministro das Finanças Archer Mangueira assegurou que o Orçamento Geral do Estado tem garantido o reajuste dos salários
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KINDALA MANUEL Ministro das Finanças garantiu aos deputados que o trabalho para reajustame­nto dos salários deve ser feito por comissão especializ­ada

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