Georges Chikoti regressou ao país
A República Centro Africana (RCA) angariou 2,9 mil milhões de dólares na conferência de doadores, realizada em Bruxelas, para o financiamento do seu programa de desenvolvimento.
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, que participou nesta conferência, disse ontem que o dinheiro arrecadado vai permitir o financiamento de vários projectos para desmobilização, desarmamento, reinserção social, processos judiciais e outros ligados aos direitos humanos.
Georges Chikoti, que regressou ontem ao país, deu a conhecer que o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) foram os principais doadores, tendo havido também o engajamento de vários países da União Europeia (UE) e Angola, como quem a RCA vai cooperar na área da formação de polícias e na implementação de outros projectos.
Cimeira África-Países Árabes
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, participou também terça-feira e ontem em Malabo, Guiné Equatorial, na Cimeira África-Países Árabes, em representação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
A Cimeira ficou marcada pela divisão de posições entre os participantes devido à presença da República Árabe Saharaui Democrática (RASD). De acordo com o chefe da diplomacia angolana, Marrocos opôs-se à participação na reunião da República Árabe Saharaui Democrática, o que causou grande impasse porque a União Africana apoiou a sua permanência, ao contrário de alguns países da Liga Árabe, como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar, que abandonaram a Cimeira. Georges Chikoti disse que os países da União Africana apoiaram a permanência da República Saharaui na reunião porque reconhecem a sua autodeterminação, tal como as Nações Unidas. “Os africanos preferiram que a reunião continuasse porque a Liga Árabe não pode impor a sua opinião e tem que respeitar as decisões da União Africana”, disse, adiantando que as duas organizações vão a partir de agora definir como e quem deve participar nesta reunião. O Koweit disponibilizou dois mil milhões de dólares para financiar projectos dos Estadosmembros da União Africana e da Liga Árabe.
Angola não apresentou nenhum projecto, mas o ministro das Relações Exteriores considera uma oportunidade que deve ser aproveitada, desde que o financiamento não tenha outras implicações para o país.