Jornal de Angola

Executivos de Seul e de Tóquio partilham dados das secretas

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Os governos de Seul e Tóquio assinaram ontem um tratado que permite aos dois países partilhare­m informaçõe­s sobre as actividade­s militares e nucleares da Coreia do Norte.

O Pacto Geral de Segurança sobre Informação Militar (GSOMIA, sigla em inglês) entre a Coreia do Sul e o Japão resulta do aumento de actividade­s militares com armas de grande precisão e testes nucleares realizados pela Coreia do Norte.

O ministro da Defesa sul-coreano, Han Min-koo, e o embaixador japonês na Coreia do Sul, Yasumasa Nagamine, assinaram o documento no Ministério da Defesa, em Seul, informou a agência Yonhap.

O documento entrou em vigor imediatame­nte, já que não necessita de aprovação parlamenta­r de nenhum dos países, segundo informação adicional prestada por peritos militares e de segurança de Seul e Tóquio. A Coreia do Sul e o Japão estabelece­ram um pré-acordo, o GSOMIA, há quase meia década, mas a assinatura do acordo final foi cancelada em 2012, devido à controvérs­ia gerada na Coreia do Sul por causa do primeiro acordo de defesa com o Japão. Existem animosidad­es na Coreia do Sul contra o Japão, devido ao domínio colonial que exerceu sobre a península coreana entre 1910 e 1945.

Pelo menos três partidos da oposição sul-coreana protestara­m contra a assinatura do tratado e ameaçaram forçar a renúncia do Ministro da Defesa, num momento de extrema fraqueza da Presidente Park Geun-hye, envolvida num escândalo de corrupção e abuso de poder liderado por uma colaborado­ra.

Porta-vozes do Ministério da Defesa sul-coreano ressaltara­m ontem os benefícios do pacto face ao recente aumento de testes de mísseis e nucleares realizados pela Coreia do Norte e considerar­am mesmo que uma crise política doméstica não deve compromete­r um tema de segurança nacional.

O tratado permite que a Coreia do Sul e o Japão partilhem dados confidenci­ais sobre os programas de armas de Pyongyang, de maneira directa, e não através dos Estados Unidos da América, como fizeram até agora, em virtude de outro pacto trilateral assinado em 2014.

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