Instituto Politécnico de Cabinda com fissuras à espera de obras
As fissuras do imóvel aumentam a cada dia que passa criando medo aos trabalhadores e alunos
O Instituto Politécnico de Cabinda necessita com urgência de obras de reparação, para proporcionar aos estudantes e corpo docente as mínimas condições de trabalho, ensino e de aprendizagem, informou ontem, ao Jornal de Angola, naquela cidade, o subdirector pedagógico da instituição.
Alberto Matadi Dombi disse que, tendo em conta a gravidade da situação, há toda a necessidade de uma intervenção urgente por parte do governo da província e do sector da Educação, sob pena de o instituto desabar por completo dado o avançado estado de degradação que o mesmo apresenta.
Sublinhou que as fissuras do imóvel aumentam a cada dia que passa, criando medo no seio dos professores, estudantes e do pessoal administrativo.
“A reabilitação da escola não é da competência da direcção da escola, mas sim do Governo de Cabinda. Na província existe, desde de 2012, um programa de demolição e de reabilitação de instituições do Estado. Com base nisso, pensamos que é possível dar solução ao problema do Instituto Politécnico”, disse o responsável, que defende a demolição da estrutura para ser compensada com uma outra.
Alberto Matadi Dombi reconhece ser importante a demolição do imóvel, mas defende a preservação do aspecto arquitectónico da instituição, pelo facto de o Instituto Politécnico de Cabinda ser considerado um monumento cultural e o tipo de arquitectura só existir em quatro províncias: Cabinda, Uíge, Cuanza Sul e Cuanza Norte.
Cursos básicos e médios
O subdirector pedagógico explicou que o instituto foi construído numa área alagada e com moradias à volta, o que provoca a acumulação de grandes quantidades de água, sobretudo na época de chuva. O instituto destina-se à formação de cursos básicos e médios nas áreas de Informática, Instalações Eléctricas, Metalo-mecânica, Máquinas-motor, Construção Civil e Desenhador Projectista.Fazem ainda parte as cadeiras de electricidade de baixa tensão e serralharia.
Desde 2004, o Instituto Politécnico de Cabinda formou 2.400 estudantes, nos cursos básicos e médios, nas áreas de Informática, Instalações Eléctricas, Metalo-mecânica, Máquinas-motor, Obras de Construção Civil e Desenhador Projectista. No ano passado, foram lançados para o mercado de trabalho 220 técnicos.
O subdirector pedagógico manifestou-se regozijado pelo facto de muitos alunos formados na instituição terem encontrado o primeiro emprego e serem considerados excelentes profissionais.
Alberto Matadi Dombi disse que outros estudantes preferiram dar continuidade aos estudos, mas lembrou que Cabinda tem carência de cursos superiores de Engenharia, o que constitui uma preocupação.
A Universidade 11 de Novembro possui um Instituto Superior Politécnico que lecciona cursos de Engenharia. No município do Soyo, província do Zaire, existe um outro que seria o local ideal para os estudantes de Cabinda prosseguirem os seus estudos superiores, mas muitos não encontram facilidades.
Falta de docentes
O subdirector pedagógico, Alberto Matadi Dombi, disse que a grande dificuldade da instituição está relacionada com a falta de professores para leccionarem os cursos técnicos de Electricidade, Electrónica e Telecomunicações.
Para solucionar o problema, o instituto necessita de pelo menos 18 docentes, dos quais oito para o curso de Telecomunicações. Há também falta de professores de Física.
O responsável disse que a maioria dos professores que leccionam os cursos técnicos formou-se na Alemanha e Cuba e tem dificuldade de transmitir os conhecimentos por não dominar a língua portuguesa.
O Instituto Politécnico da província de Cabinda possui 14 laboratórios em funcionamento, mas a grande preocupação tem a ver com o dispensário de química que, por falta de condições de equipamentos opera a meio gás, segundo o subdirector pedagógico