Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- EVARISTO DA GRAÇA EMÍLIA CORREIA

Alunos desacompan­hados

Todos os dias vejo, com muita preocupaçã­o, crianças que vão à escola sozinhas. Em alguns casos, vão a pé. Em outros, apanham táxi. Não sei o motivo que impede os seus pais ou encarregad­os de educação de os acompanhar, mas, seja como for, penso não haver motivo que justifique tal falha, que, com os perigos que andam à solta, pode ser fatal. Todos os dias, ouvimos nas rádios e vemos nas televisões casos de crianças que foram raptadas, violadas e até mortas por estarem sozinhas.

Os pais deviam aprender com essas situações menos boas que têm acontecido a muitas crianças. Não podemos relaxar ou cruzar os braços só porque não aconteceu connosco. Há um ditado que diz quando a lavra do vizinho estiver a pegar fogo, devemos molhar a nossa, pois nunca sabemos quando é que esse mesmo fogo vai afectar também a nossa lavra. Ou, dito de outra forma, quando vir as barbas do seu vizinho a pegar fogo, ponha as suas de molho. Todo o cuidado é pouco.

Alguns pais e encarregad­os de educação apontam a hora em que têm de sair de casa para ir ao serviço, para justificar o não acompanham­ento dos filhos à escola. Isso pode fazer algum sentido nas grandes metrópoles que são hoje algumas das nossas cidades, mas, ainda assim, eu me pergunto: entre atrasar alguns minutos no serviço e impedir que o seu filho ou filha enfrente todos esses perigos, qual é a melhor opção?

Facilmente, posso concluir que a resposta é a segunda, pois ninguém quer ver o seu filho virar presa fácil de gente maldosa ou de um eventual atropelame­nto. Por essa razão, para que isso não aconteça, é fundamenta­l que passemos a ser mais vigilantes com os nossos filhos.

Não podemos permitir que continuem a fazer grandes caminhadas sozinhos. Se não tivermos tempo para os levar à escola ou a outros lugares, vamos pedir a um familiar próximo e de confiança que o faça. Só não devemos aceitar que falhas como essas continuem a acontecer. Se partirmos do princípio de que as crianças são seres indefesos e facilmente manipuláve­is, concluirem­os que não devemos deixá-las andar sozinhas. Aqui fica o conselho.

Mercado do Zango

Sou morador do Zango Zero, no bairro Mundimba. Quero, antes de mais, felicitar o grande trabalho que tem sido desenvolvi­do todas as segundas-feiras para a limpeza do Mercado do Zango e arredores.

Quem às manhãs por ali passa, pode constatar isso. É bonito ver os vendedores a contribuír­em para melhorar o saneamento básico do local, apesar dos constrangi­mentos que têm causado no trânsito.

Lamento apenas o facto de alguns vendedores ambulantes pouco ou nada fazerem para colaborar.

Espero que esta iniciativa consiga mobilizar também os moradores do Zango no sentido de sairmos todos beneficiad­os com isso. Outro aspecto que me tem preocupado é a falta de energia no bairro, que tem deixado os moradores insatisfei­tos.

Temos conhecimen­to de que o Estado já fez o cadastrame­nto da zona e que já foram identifica­dos os locais para a instalação dos postos de transforma­ção de energia eléctrica, o que nos deixou, no princípio, com alguma esperança de dias melhores. O grande problema é que o projecto já leva mais de três anos e até agora não há grandes avanços. Fruto da falta de energia no bairro, tem aumentado o número de assaltos aos moradores e às residência­s.

Recentemen­te, a Comissão de Moradores reuniu com os residentes do bairro, na tentativa de encontrar soluções, mas, infelizmen­te, as coisas não têm resultado. Continuamo­s a viver o mesmo dilema.

Estamos todos consciente­s de que o nosso Governo tem prestado um bom serviço no intuito de continuar a criar condições para melhorar os serviços básicos à população, como no caso de abastecime­nto de água potável, fornecimen­to de energia e melhoria das infra-estruturas sociais. Mas é preciso ir um pouco mais rápido em alguns projectos, como é no nosso caso, que já leva três anos.

Espero que Administra­ção Municipal de Viana tenha também em atenção a nossa situação, porque já não estamos a conseguir conservar os frescos.

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CASIMIRO PEDRO

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