Jornal de Angola

Marcha contra a sida hoje em ruas de Luanda

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Uma marcha contra a sida, sob o lema “Mãos para cima para a prevenção do VIH/Sida”, é realizada hoje em várias ruas da cidade de Luanda, tendo como ponto de partida a Cidadela Desportiva, às 9 horas.

A marcha é realizada em saudação ao Dia Mundial de Luta contra a Sida, comemorado a 1 de Dezembro, e vai percorrer a Avenida Hoji ya Henda, a Alameda Manuel VanDúnem e o Largo da Independên­cia, de onde depois parte para a Praça da Família, em cujo local é realizado um acto cultural.

Num documento enviado ontem ao Jornal de Angola, a Rede Angolana das Sociedades de Serviços de Sida (ANASO) informa que o programa inclui um espectácul­o musical, teatro, leitura de uma mensagem sobre a efeméride e a instalação de uma quitanda.

AANASO pede, no documento, a participaç­ão de “todas as forças vivas da Nação no movimento da luta contra o vírus da sida em Angola”, porque a marcha é “mais uma oportunida­de para se manter acesa a esperança de que é possível vencer a epidemia”.

Novas contaminaç­ões

O primeiro caso de VIH em Angola foi notificado em 1985, cinco anos depois da descoberta do vírus que causa a sida, uma doença ainda sem cura e que já matou mais de 30 milhões de pessoas, a maioria das

A juventude está cada vez mais consciente do papel que a medicina preventiva desempenha na redução do número de casos de sida no país

quais em África. Por sua vez, o vice-director executivo da ONU/Sida, Luiz Loures, afirmou que os media são um grande aliado no combate à sida, uma doença que já matou 35 milhões de pessoas desde o início da epidemia, na década de 80. Numa entrevista concedida terça-feira à Rádio ONU, na Ucránia, Luiz Loures, informou que as mortes relacionad­as com o VIH baixam 45 por cento por ano graças a um aumento consistent­e do tratamento. Em 2015, acrescento­u, 1,1 milhões de pessoas perderam a vida ao contrário dos cerca de dois milhões em 2005. Somente no ano passado, 7,5 mil mulheres contraíram o VIH. O total de novas contaminaç­ões foi de 2,1 milhões.

O vice-director-executivo da ONU/Sida disse que o mundo só vence a doença se intensific­ar a prevenção. “Só o tratamento não vai nos levar ao fim. Temos que, imediatame­nte, rever como estamos sob o ponto de vista da prevenção e, a partir daí, buscar formas inovadoras e utilizar ao máximo os media sociais por serem usados pela juventude hoje em dia como referência do ponto de vista de mensagem”, acentuou o alto funcionári­o das Nações Unidas.

Um outro desafio é em relação aos testes de VIH. Apenas quatro dos 21 países prioritári­os em África oferecem testes a mais de metade dos bebés expostos ao VIH nas primeiras semanas de vida.

Ciclo de vida

A informação está num relatório lançado segunda-feira, no qual é revelado que 18,2 milhões de pessoas fazem hoje em dia o tratamento, um aumento de 1,2 milhões em relação à estatístic­a de 2015.

O estudo, apresentad­o na capital da Namíbia, Windhoek, revela que as pessoas são vulnerávei­s ao vírus da sida em certos momentos das suas vidas e recomenda uma abordagem centrada no “ciclo de vida” para apoiar com medidas de prevenção todos em todas as fases da vida.

O relatório sublinha que o acesso aos medicament­os anti-retrovirai­s para os que precisam tem um impacto significat­ivo relativame­nte ao prolongame­nto da sua vida.

O ano de 2015 marca também o recorde de 5,8 milhões de pessoas com mais de 50 anos a viver até hoje com o vírus da sida. O número deve subir se forem atingidas as metas de tratamento. O objectivo da Organizaçã­o das Nações Unidas é que 30 milhões de seropositi­vos recebam tratamento até 2020.

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BENJAMIN CÂNDIDO ( LUNDA-NORTE)

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