CARTAS DO LEITOR
Avaliação nas escolas
Há muito que várias vozes vão apelando às instituições de ensino sobre a necessidade de se encontrar um outro elemento de avaliação para qualificar o melhor aluno de cada ano lectivo, que não seja apenas a nota. Devo reconhecer que durante uma certa fase, esse elemento de avaliação funcionou. Era possível encontrar o melhor aluno de um ano lectivo em função das suas notas. Naquela altura, as notas representavam exactamente a capacidade intelectual do aluno. Quem tirasse 17, 18 ou mesmo 20 valores é porque era mesmo inteligente ou, se quisermos, barra. Mas, nos dias de hoje, por culpa da falta de algum desempenho estudantil por parte de muitos alunos, a nota deixou de ser um elemento seguro para encontrar o melhor aluno de um ano lectivo.
Hoje, até o estudante que não se empenha, que passa a vida a fazer as provas com recurso à cábula, também tira 17, 18, 19 e até mesmo 20 valores. Em escolas conservadoras, esses alunos são submetidos a uma prova oral para provarem se são mesmo dignos de terem aquela nota.
Mas, em outras escolas, onde não se tem este cuidado, eles passam despercebidos e, no fim do ano lectivo, são indicados como o melhor aluno, superando, inclusive, o estudante mais empenhado da turma. Isto não está certo. São esses estudantes que depois não conseguem sequer pronunciar-se sobre uma matéria básica do seu curso, o que acaba por comprometer a instituição em que se formaram. Para que esses falsários não continuem a povoar as nossas escolas, é necessário que as instituições de ensino passem a adoptar um outro modelo de avaliação para indicarem o melhor aluno. Podem até usar a nota como um deles, mas só não permitam que a nota seja o único elemento indicativo para a escolha do estudante. Sou de opinião que as escolas devem valorizar mais o método de avaliação contínua. Este é, a meu ver, o modelo mais seguro para classificar um estudante como bom ou melhor em relação aos demais, na medida em que, por via deste método, os professores conseguem interagir com o estudante.