Jornal de Angola

Este lenço azul e branco

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Para Pedro Peralta (Cuba, Julho de 1976) Santiago tem colinas muito verdes

E um destilar de sol que sabe a rum

Tão perto e tão distantes dos ianques

Em Santiago chegam sempre planícies

Canaviais penteados pelo vento canções ontem Embebedado de vozes e

E Guantaname­ra é uma melodia também verde muito verde

Sempre nova como Martí, Fidel e as plantações. Mas há mais cores nas cores de Santiago Quando em Moncada de Estivermos hoje Há esta espécie de trago Duro Que para os ianques Quer dizer futuro Quando estivermos hoje em Santiago Em 26 de Julho De lenço azul e branco Em todo o lado. Esta distância tão perto e longe da América

Percorre-se no fumo de um charuto

Mais perto é ver o mar enquanto longe

Se pensa o continente como um polvo

Mais longe são os banqueiros de charuto

Enquanto em Santiago fuma o povo.

Mas Santiago não conhece mar e continente

Porque a ilha percorre o mundo inteiro

Como um lenço azul e branco a navegar

Que tem sempre no leme um pioneiro.

Santiago em 26 é sempre carnaval Em Santiago Um carnaval contrário à geografia

“Pátria ou muerte venceremos” “A vitória é certa”

Tanto faz Luanda ou Santiago ou Santiago em Luanda

Porque de Luanda todos os homens estiveram em Moncada

E de Moncada todas as mulheres estiveram em Luanda

Onde todas as crianças estiveram em Moncada

Com muitas mãos e bocas e cantares.

Eu não me despedi de Santiago

Que ninguém se despede do futuro

Acenei apenas siempre”

Com este lenço azul e branco sempre “hasta manuel rui

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