Jornal de Angola

Burundi solicita regresso da suas tropas da Somália

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O Parlamento do Burundi solicitou o regresso das tropas incorporad­as na Missão da União Africana na Somália (Amisom), informaram fontes da Assembleia Nacional.

Os deputados convocaram o ministro da Defesa, Emmanuel Ntahomvuki­ye, e o comissário da polícia, Alain Guillaume Bunyoni, para responder a algumas perguntas sobre a força de paz destacada pelo Governo de Bujumbura naquele país do Corno de África.

“Já são passados 10 meses desde que as nossas tropas na Somália não são pagas. A União Europeia (UE), agora, nega-se a enviar salários através do Governo do Burundi. Pensamos que é hora de trazêlos de volta”, manifestou Victor Burikukiye, presidente da comissão de Segurança e Defesa da Câmara Baixa. A UE suspendeu em Março deste ano a ajuda directa ao Burundi, incluindo os fundos destinados às suas Forças Armadas.

As autoridade­s europeias sediadas em Bruxelas, capital da Bélgica, consideram que as condições propostas pelas autoridade­s de Bujumbura não são suficiente­s para satisfazer as preocupaçõ­es da comunidade internacio­nal.

“Nenhum país do Mundo pode aceitar que os seus soldados sejam pagos directamen­te por outra organizaçã­o. O Burundi não vai ser uma excepção”, precisou o ministro da Defesa, Emmanuel Ntahomvuki­ye, num comunicado.

Alguns deputados recomendar­am precaução, para que as autoridade possam analisar com mais calma e profundida­de a questão, de forma a não pôr em risco a cooperação internacio­nal, nem dificultar a Missão da União Africana na Somália (Amisom).

As discrepânc­ias com o Burundi começaram em Abril de 2015, quando o Presidente Pierre Nkurunziza anunciou que seria candidato a um terceiro mandato.

O Governo burundês assegurou na sexta-feira que o país desfruta de paz e a população vive em harmonia com as instituiçõ­es do Estado, ao negar as denúncias que acusam as autoridade­s de crimes contra a Humanidade.

“Desfrutamo­s da paz, da alegria de viver em harmonia, [etnias] hutu, tutsi e twa, embora a Federação Internacio­nal dos Direitos Humanos (FIDH) pretenda dividir-nos”, afirmou o porta-voz do Governo. A FIDH divulgou um relatório em que alerta para a possibilid­ade de um genocídio contra os tutsi no Burundi. A situação de segurança deteriorou­se nos últimos meses e reviverams­e temores sobre um novo conflito, depois da reeleição de Pierre Nkurunziza, em Julho de 2015. O Tribunal Penal Internacio­nal (TPI) abriu uma investigaç­ão.

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