Criadas condições para as eleições
Fernando da Piedade Dias dos Santos foi recebido pelo Chefe do Estado moçambicano
O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, reconheceu ontem, em Maputo, que Moçambique está a dar passos seguros para a estabilidade política, económica e social.
O líder do Parlamento angolano falava à imprensa no final de um encontro com o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e referiu que as acções traçadas em Moçambique para o desenvolvimento da agricultura e exploração dos recursos minerais encorajam Angola a prosseguir com o seu programa de diversificação da economia.
Fernando da Piedade Dias dos Santos, que terminou ontem uma visita de três dias a Moçambique, disse ter analisado com o Presidente Nyusi a situação política, económica, social e parlamentar nos dois países. “Informámos sobre os trabalhos que Angola tem realizado com os parlamentares moçambicanos que visa o reforço da cooperação entre os dois países e também sobre a situação interna do país”, disse.
No domínio político, o presidente da Assembleia Nacional informou que Angola está a preparar as condições para que no terceiro trimestre do próximo ano realize as eleições gerais, cumprindo assim com o que está estabelecido.
No domínio económico, os dois dirigentes fizeram uma abordagem sobre a crise económica e financeira de Angola e Moçambique. Relativamente a Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos assegurou que, apesar da crise, o Governo tem todas as condições logísticas e materiais para que o povo possa exercer o seu direito de escolher os seus representantes.
No caso de Moçambique, o Chefe do Estado moçambicano deu informações sobre a situação política, económica e económica no país, que registou nos últimos anos uma taxa de crescimento médio anual de sete por cento. Moçambique tem estado a ressentir-se dos efeitos adversos da baixa dos preços das matérias-primas, da sobrevalorização do dólar e dos efeitos das mudanças climáticas, com destaque para o “El Niño” que provocou seca e inundações em algumas zonas do país. O peso da dívida e a tensão político-militar em Moçambique, em particular no centro do país, também foram abordados durante o encontro. A tensão política tem condicionado a livre circulação de pessoas e bens, informou o Presidente moçambicano. Antes de deixar Maputo, o presidente da Assembleia Nacional assumiu o compromisso de reforçar a cooperação entre os dois órgãos de soberania nos domínios políticos e da diplomacia parlamentar, através da troca de experiências e concertação regular sobre os grandes temas da actulidade regional, continental e internacional.
Fórum da SADC
Fernando da Piedade Dias dos Santos, que é presidente do Fórum Parlamentar da SADC, disse esperar que os deputados moçambicanos contribuam para que este órgão regional se torne num espaço dinâmico. Angola e Moçambique vão implementar um programa de cooperação com acções de formações nos dois países.
Em Moçambique, as acções estão relacionadas com a realização de seminários dirigidos a deputados angolanos sobre autonomia financeira e patrimonial, administração de recursos humanos e relações de interdependência com o Governo. Em Angola, as acções vão consubstanciar-se em visitas de estudo de deputados moçambicanos, troca de experiências com o gabinete técnico da Assembleia da República de Moçambique, assessoria jurídica e apoio parlamentar.
O presidente da Assembleia Nacional, que se encontra desde ontem em Luanda, chefiou uma delegação composta pelos deputados Exalgina Gamboa, João Pinto e Clarisse Caputo.