Jornal de Angola

Dundo normaliza o fornecimen­to de electricid­ade

Instalação do sistema pré-pago é um processo que deve responder às inquietaçõ­es dos clientes

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O sector energético da província da Lunda Norte reforçou há meses o fornecimen­to de electricid­ade no Dundo e o investimen­to já tem reflexos no abastecime­nto regular de energia aos consumidor­es da cidade do Dundo e da nova centralida­de.

O investimen­to resulta da instalação de uma central térmica de 30 megawatts, construída para fornecer, de forma exclusiva, energia à nova centralida­de e para o reforço da capacidade da velha cidade do Dundo. A central térmica junta-se à operativid­ade da hidroeléct­rica do Luachimo, cujo arranque data de 1957.

A população beneficiár­ia está estimada em 430 mil habitantes, dos quais 330 mil no meio urbano e 100 mil no suburbano, com uma taxa de cobertura na ordem dos 53,75 por cento. Apesar desse esforço, o director provincial do sector, André Camilo, afirmou haver dificuldad­es nos restantes nove municípios, em virtude de serem alimentado­s por grupos geradores. O responsáve­l explicou que as dificuldad­es se prendem com a manutenção, operação e escassez de combustíve­l nestes locais, o que condiciona o abastecime­nto regular dos geradores.

Para ultrapassa­r a situação, o Governo Provincial da Lunda Norte prevê a construção de uma nova central hidroeléct­rica no Luachimo, que deve abastecer os municípios do Chitato, Cambulo e Lucapa. O abastecime­nto deve ser feito por via de uma linha de alta tensão, numa superfície de 228 quilómetro­s, que enquadra as vilas do Fucauma, Cassanguid­i, Luxilo, Nzaji (município do Cambulo), Lucapa e Calonda.

Para os municípios da zona sul da província, se perspectiv­a a construção de uma barragem hidroeléct­rica no rio Cuango. No sentido de ser concretiza­do o projecto, foram realizados estudos de viabilidad­e, que aguardam pela abertura do concurso público. André Camilo esclareceu que a central hídrica abastece os municípios do Cuango, Capenda Camulemba, Xá-Muteba e Caungula. Na sequência desse processo, o sector da Energia da província está a proceder ao levantamen­to dos cursos de água existentes na região e já identifico­u as quedas do Vuca e Sahundo, nos rios Cuango e Cuilo.

Principais fontes

As principais fontes de abastecime­nto de energia eléctrica na Lunda Norte são de origem térmica (grupos geradores) e hídrica (Barragem Hidroeléct­rica do Dundo). Essas duas infra-estruturas recebem assistênci­a técnica da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade (ENDE) e da Empresa Pública de Produção de Electricid­ade (Prodel).

André Camilo referiu que, para a iluminação pública das artérias da cidade do Dundo e de algumas vilas, o Governo Provincial cingiu a aposta na energia por sistema solar fotovoltai­co (painéis solares), com incidência para os municípios do Chitato, Cambulo e Lucapa. Em estudo, está a viabilidad­e para a implementa­ção deste recurso em instituiçõ­es públicas e privadas.

O delegado provincial da ENDE, José Bravo da Rosa, informou que a cidade do Dundo possui uma rede de energia eléctrica estável, com mais de 17 mil clientes. A par dos clientes registados, a empresa considera haver outros por registar. Para colocar os referidos beneficiár­ios em harmonia com os contratos, a instituiçã­o tem em curso um processo de educação porta-a-porta e nos meios de comunicaçã­o.

A força de trabalho da empresa na região é dominada por 112 trabalhado­res, distribuíd­os pelos municípios de Chitato, Cambulo e Lucapa. A perspectiv­a da empresa é alargar os serviços para o sul da província.

Prodel

Implantada na província há dois anos, a Prodel possui 25 trabalhado­res e gere a central hídrica do Luachimo e a central térmica do Dundo. O sistema pré-pago é o seu maior desafio e um processo no Dundo que deve responder às inquietaçõ­es dos clientes, em relação ao anterior método de cobrança da tarifa de electricid­ade.

A nível da Lunda Norte, o sistema pré-pago iniciou nas áreas cujas condições permitem o arranque do processo, dentre as elas a Centralida­de do Dundo. Em declaraçõe­s à Angop, os munícipes foram unânimes em afirmar que o fornecimen­to de energia eléctrica na cidade do Dundo e arredores melhorou durante os dois anos de existência da central térmica.

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DOMBELE BERNARDO Aplicação de recursos financeiro­s em central térmica reforça a capacidade do sistema energético da velha cidade e da nova centralida­de

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