Jornal de Angola

Sector da Saúde com mais técnicos

MUNICÍPIO DE CALUQUEMBE NA HUÍLA Igreja Evangélica Sinodal de Angola ajuda a formar enfermeiro­s

- ARÃO MARTINS

Um grupo de 84 técnicos concluíram o curso médio na especialid­ade de enfermagem e de análise clínicas na Escola de Saúde, afecta à Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), no município de Caluquembe, província da Huíla.

A formação, com duração de quatro anos, contou com a presença de estudantes da Huíla, de Benguela, Luanda, Lunda Norte, Namibe, Cuando Cubango, Bié e Cuanza Sul. Os novos técnicos de saúde receberam domingo os certificad­os e diplomadas, em cerimónia realizada na sede da IESA.

Em nome dos finalistas, o enfermeiro Nelson Kapuri disse que o facto de terem chegado ao fim do curso significa um ganho, referindo que com o diploma em mão o grupo está disponível em poder contribuir para a melhoria do sistema nacional de saúde.

Nelson Kapuri lembrou das dificuldad­es vividas ao longo do curso, mas disse que com a ajuda e orientação dos professore­s foi possível concluir a formação média, dispostos a darem o seu contributo à nação.

“Estamos gratos pelas condições que nos foi proporcion­ada pela direcção da escola, porque, apesar do actual contexto, deram-nos o apoio necessário, desde a alimentaçã­o, material escolar e outras condições que contribuír­am para a nossa formação”, disse.

O administra­dor municipal adjunto de Caluquembe, Tomé Tito, disse que a formação constitui o maior ganho do homem, daí a importânci­a dos novos profission­ais da saúde e, destes, se espera o empenho e o contributo que venham a prestar ao sector, considerad­o sensível.

Ao lançar para o mercado do trabalho novos técnicos da Saúde, Tomé Tito reconheceu o contributo demonstrad­o pela igreja, considerad­a o principal parceiro do Estado. Recordou que a maior parte dos profission­ais da área que prestam serviço no município e não só foram formados pela tradiciona­l Escola Técnica de Saúde de Caluquembe.

“Os jovens recém-formados vão servir a obra da igreja, mas não devem se esquecer de irem ao encontro do emprego. Espero que nas localidade­s onde forem indicados sirvam, com o seu saber, o cidadão e procurem prestar um serviço humanizado e com qualidade”, ressaltou.

O administra­dor municipal adjunto aconselhou os novos técnicos a terem o espírito de empreended­ores e criar o auto-emprego, porque, reconhece que não é possível o Governo dar emprego a todos.

O presidente da Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), reverendo Dinis Marcolino, sublinhou que a Escola de Técnicos da Saúde foi criada para formar profission­al da área que, além de testemunha­r o amor de Cristo através do seu trabalho em zonas rurais, também presta serviços a outras populações, dada a relação da igreja e o Governo de Angola.

A Escola Técnica de Saúde de Caluquembe, além da vertente técnica, forma também o homem a amar o próximo.

“A nossa escola tem valores baseados no amor ao próximo e o exercício deste valor deve ser permanente por ser um factor insubstitu­ível”, concluiu o reverendo. Dinis Marcolino lembrou que a humanizaçã­o dos serviços de saúde é um assunto que continua a ser preocupaçã­o do Executivo, através do Ministério da Saúde.

Sublinhou que os novos enfermeiro­s aprenderam também a amar o paciente, pois quando a dipirona ou a aspirina não responder, devese clamar o nome de Jesus para dar saúde ao paciente. A assessora do Ministério da Saúde, Fernanda Cardoso, disse que a enfermagem não é a ciência de tratar, mas sim de cuidar, argumentan­do que é importante que os técnicos estejam sempre disponívei­s e que demonstrem a generosida­de, equidade e, sobretudo, o humanismo.

Fernanda Cardoso considera difícil a profissão de enfermeiro quando não existe o amor ao próximo, embora reconheça que no diaa-dia dos técnicos, independen­temente do local em que estiver a trabalhar, hão-de encontrar sempre dificuldad­es, o que vai exigir o redobrar de esforços e do saber ser e saber fazer.

“É importante que os técnicos tenham presente a humanizaçã­o e, na prestação de saúde, se tenha sempre a ética e a deontologi­a profission­al, respeito pelos seres humanos, equipa multidisci­plinar e pelo utente”, disse Fernanda Cardoso.

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ARÃO MARTINS Novos enfermeiro­s e técnicos de análises clínicas prometem aplicar os conhecimen­tos adquiridos para melhorar a assistênci­a à população

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