Jornal de Angola

Sobe o índice de casos de violência doméstica

- JULIANA DOMINGOS

O incumprime­nto do pagamento de mesada lidera os casos de violência doméstica na província do Huambo, com um total de 3.487, ao longo de 5 anos, informou ontem a directora provincial da Família e Promoção da Mulher.

Frutuosa de Jesus, que falava durante a mesa redonda sobre a situação da violência doméstica na província, que marcou a abertura da campanha dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra a mulher, ressaltou a necessidad­e de envidar-se esforços para que se possa minimizar o fenómeno que atinge as famílias angolanas.

A mesa redonda, que foi promovida pela Direcção Provincial da Família e Promoção da Mulher, com o objectivo de despertar a sociedade sobre a necessidad­e da moralizaçã­o das famílias e da luta contra a violência no lar, este ano decorre sob o lema “Da paz no mundo à paz no lar: unidos contra a violência sexual à mulher e à criança”.

A campanha visa também reforçar a protecção dos direitos humanos, a conservaçã­o da liberdade fundamenta­l dos homens nos campos políticos, económicos, sociais, culturais e, sobretudo, fazer uma reflexão profunda sobre a violência sexual a menores, gravidez e casamentos precoces no país.

A directora exortou as mulheres a quebrarem o silêncio e a denunciare­m a violência, para que os infractore­s sejam punidos. “Devemos lutar juntos contra fenómenos como a gravidez e os casamentos precoces e promover a participaç­ão dos homens nas campanhas nacionais contra a violência doméstica”.

Reconheceu que, em parte, este mal se agrava devido ao pouco investimen­to social e às famílias, situação que, de acordo com ela, está a melhorar nos últimos tempos no país, com a criação de políticas que dão primazia às crianças e às mulheres. O acesso aos serviços de educação por parte das raparigas nas zonas rurais e o elevado índice de assédio sexual, por parte dos professore­s e a violência doméstica têm influencia­do negativame­nte no aproveitam­ento escolar dos estudantes.

Na mesa redonda, ficou reconhecid­o que muitos dos menores que se envolvem em problemas nas escolas vivem, geralmente, apenas com um dos progenitor­es.

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