Jornal de Angola

Autoridade­s estão preocupada­s com abandono de pessoas idosas

- CARLOS PAULINO | Menongue

Os últimos anos têm sido marcados pelo abandono de muitos idosos, alguns dos quais acusados de feitiçaria, denunciou ontem em Menongue, província do Cuando Cubango, o ministro da Reinserção Social.

Ao falar no acto central do Dia Nacional da Pessoa Idosa, Gonçalves Muandumba frisou que esta situação preocupa as autoridade­s e pediu às famílias para darem maior atenção à pessoa idosa, dando-lhe mais carinho, alimentaçã­o e outros cuidados especiais, “ao invés de acusá-lo de feiticeiro e levar-lhe a um lar de terceira idade.”

Muandumba disse que o Ministério da Assistênci­a e Reinserção Social controla em todo o país, 18 lares da terceira idade que albergam 982 idosos com direito à alimentaçã­o, vestuário e assistênci­a médica.

Os mais velhos devem permanecer no seio familiar e ter o aconchego dos filhos, netos e de outros familiares, disse Muandumba, que condenou as suspeitas a eles associadas.

Lembrou que “os idosos são os valores da nossa cultura e não se deve esquecer que hoje somos jovens e amanhã seremos mais velhos.” Certamente, continuou, “não vão querer ser abandonado­s, maltratado­s e humilhados pelos filhos, netos e bisnetos ou pela família.” Em Angola, disse Mundumba, mais de 200 mil pessoas idosas que se encontram junto das suas famílias e nas comunidade­s recebem gratuitame­nte apoio e acompanham­ento do Executivo nos domínios da saúde, educação e assistênci­a alimentar.

O ministro enalteceu o trabalho que as igrejas, organizaçõ­es não governamen­tais e sociedade civil têm realizado em prol da pessoa idosa.

Manuel Gonçalves Muandumba referiu que o envelhecim­ento deve ser entendido como sinónimo de vida e de realização pessoal, familiar e profission­al. Disse que os jovens devem receber dos mais velhos o saber fazer, ser e estar, sobretudo no que toca à transmissã­o de valores morais, cívicos e culturais.

“Por todas estas razões, os idosos são o nosso património, promotores da concórdia e da paz entre os angolanos e nas famílias”, referiu.

O governador em exercício do Cuando Cubango, Ernesto Kiteculo, salientou que a província, a par de outras regiões do país, ainda enfrenta muitos problemas derivados do conflito armado. Por este facto, ainda existe a necessidad­e de reunificaç­ão de muitas famílias.O governo da província vai continuar a trabalhar para que os programas e projectos em curso sejam executados.

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