Autoridades estão preocupadas com abandono de pessoas idosas
Os últimos anos têm sido marcados pelo abandono de muitos idosos, alguns dos quais acusados de feitiçaria, denunciou ontem em Menongue, província do Cuando Cubango, o ministro da Reinserção Social.
Ao falar no acto central do Dia Nacional da Pessoa Idosa, Gonçalves Muandumba frisou que esta situação preocupa as autoridades e pediu às famílias para darem maior atenção à pessoa idosa, dando-lhe mais carinho, alimentação e outros cuidados especiais, “ao invés de acusá-lo de feiticeiro e levar-lhe a um lar de terceira idade.”
Muandumba disse que o Ministério da Assistência e Reinserção Social controla em todo o país, 18 lares da terceira idade que albergam 982 idosos com direito à alimentação, vestuário e assistência médica.
Os mais velhos devem permanecer no seio familiar e ter o aconchego dos filhos, netos e de outros familiares, disse Muandumba, que condenou as suspeitas a eles associadas.
Lembrou que “os idosos são os valores da nossa cultura e não se deve esquecer que hoje somos jovens e amanhã seremos mais velhos.” Certamente, continuou, “não vão querer ser abandonados, maltratados e humilhados pelos filhos, netos e bisnetos ou pela família.” Em Angola, disse Mundumba, mais de 200 mil pessoas idosas que se encontram junto das suas famílias e nas comunidades recebem gratuitamente apoio e acompanhamento do Executivo nos domínios da saúde, educação e assistência alimentar.
O ministro enalteceu o trabalho que as igrejas, organizações não governamentais e sociedade civil têm realizado em prol da pessoa idosa.
Manuel Gonçalves Muandumba referiu que o envelhecimento deve ser entendido como sinónimo de vida e de realização pessoal, familiar e profissional. Disse que os jovens devem receber dos mais velhos o saber fazer, ser e estar, sobretudo no que toca à transmissão de valores morais, cívicos e culturais.
“Por todas estas razões, os idosos são o nosso património, promotores da concórdia e da paz entre os angolanos e nas famílias”, referiu.
O governador em exercício do Cuando Cubango, Ernesto Kiteculo, salientou que a província, a par de outras regiões do país, ainda enfrenta muitos problemas derivados do conflito armado. Por este facto, ainda existe a necessidade de reunificação de muitas famílias.O governo da província vai continuar a trabalhar para que os programas e projectos em curso sejam executados.