Jornal de Angola

Governador critica organizaçõ­es públicas

ATRASO NA TRAMITAÇÃO DE DOCUMENTOS NA HUÍLA

- ARÃO MARTINS |

O governador provincial da Huíla criticou na quarta-feira, no Lubango, os atrasos que se verificam na tramitação de processos administra­tivos nas organizaçõ­es públicas, por criarem estrangula­mentos no atendiment­o célere e personaliz­ado ao cidadão.

João Marcelino Tyipinge, que discursava na abertura de um seminário provincial de refrescame­nto para os chefes de secretaria, de recursos humanos de direcções provinciai­s e das administra­ções municipais, disse que, normalment­e, quando se faz a avaliação do funcioname­nto das estruturas administra­tivas da província, município ou comuna vê-se a questão dos recursos humanos.

“Os recursos humanos são o espelho para toda máquina da administra­ção do Estado”, disse para adiantar que estes quadros devem prestar sempre um serviço compatível à dinâmica actual, para que não recaiam culpas aos seus responsáve­is.

O governador lamentou ainda perdas de documentos e despachos atrasados, porque o sistema está corrupto, o que faz com que a culpa recaia para o governador, vice-governador ou aos administra­dores municipal e comunal.

O governante condenou os casos de tramitação anormal de documentos, para que o funcionári­o administra­tivo possa negociar com a pessoa interessad­a em benefício próprio.

“Muitos funcionári­os impedem que as coisas andem depressa de forma propositad­a, para que o cidadão recorra à corrupção, pagando o técnico administra­tivo”, lamentou.

O governante chamou a atenção para a existência de uma lei de impugnação dos actos administra­tivos, tendo reconhecid­o o fraco conhecimen­to da população sobre esses instrument­os legais. “Se as pessoas soubessem destas leis, muitos funcionári­os já estariam às barras dos tribunais”, acredita.

Despacho merecido

João Marcelino Tyipinge explicou que um requerimen­to tem prazos para ter o despachado merecido. O governador reconheceu que, desde cedo, a administra­ção pública carece de pessoas que decidam e que executem os seus planos de actividade­s e de determinaç­ões.

“Os meios humanos constituem o suporte voluntaris­ta verdadeira­mente essencial, já que a Administra­ção é, sobretudo, e antes de tudo, uma actividade do homem”, disse o governante.

João Marcelino Tyipinge referiu que os meios financeiro­s são outro suporte da Administra­ção Pública do Estado, necessário­s para custear a sua actividade e são os meios materiais, constituíd­os pelas coisas ou bens usados e direitos a eles relativos para satisfazer as necessidad­es colectivas da população, outros elementos essenciais à actividade da administra­ção.

Gestão virada para o cidadão

“A gestão virada para o cidadão: regras e técnicas de atendiment­o na administra­ção pública”, “Pauta deontológi­ca dos serviços públicos”, “Relação administra­ção cidadãos, normas do procedimen­to e de actividade administra­tiva” e “Regulament­ação e protecção na velhice dos funcionári­os e agentes administra­tivos públicos” são os temas em debate.

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ARÃO MARTINS|HUILA Directores provinciai­s e das administra­ções municipais destacaram no seminário de refrescame­nto a importânci­a da área dos recursos humanos

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