Ghanenses foram ontem às urnas
Milhões de eleitores ganenses votaram, ontem, nas sétimas eleições gerais (presidenciais e legislativas) no Ghana desde 1992, para as quais cerca de 15,7 milhões de eleitores foram convocados para decidir o destino do país para os próximos quatro anos.
No poder desde 2012, o Presidente cessante John Dramani Mahama, líder do Congresso Democrático Nacional (NDC), de centro-esquerda, procura um segundo mandato, mas tem a concorrência de seis adversários, dentre os quais uma antiga primeira-dama, Nana Konadu Agyeman-Rawlings, esposa do antigo Chefe de Estado Jerry Rawlings.
Mas a batalha, apontam analistas, deve ser decidida entre rivais históricos: o Presidente cessante John Mahama Dramani, do Congresso Nacional Democrático (NDC) e o líder do NPP (Novo Partido Patriótico, centro-direita), Nana Akufo-Addo, numa votação que se prevê acirrada.
Os momentos iniciais do escrutínio, de ontem, foram marcados por UMA grande adesão dos eleitores, com várias pessoas a fazerem filas para exercerem o seu direito de voto numa das mais de 29 mil assembleias de voto espalhadas pelo Ghana, das democracias mais consolidadas de África. O NDC e o NPP são as duas maiores forças políticas no país desde 1992, quando o Ghana deixou o regime militar para adoptar um sistema multipartidário. O primeiro ganhou quatro das seis últimas eleições e o segundo as duas restantes.
Os resultados parciais são esperados a partir de hoje. Os candidatos às presidenciais tentam obter mais de 50 por cento dos votos e os seus partidos as 275 cadeiras do Parlamento. Caso não haja um presidente eleito à primeira volta, os dois candidatos mais votados enfrentam-se numa segunda volta, realizada daqui a três semanas. Na terçafeira, o Chefe de Estado cessante pediu aos eleitores para votarem de forma pacífica. “A forma como realizarmos esse pleito vai mostrar ao mundo que o Ghana chegou à maioridade. Acredito que este processo fará o nosso país mais forte e vai demonstrar a força das nossas instituições”, prometeu.
O seu principal rival, Akufo-Addo declarou ser “muito importante” que o processo eleitoral seja conduzido de forma eficiente e pacífica, para que o Ghana “mantenha a sua reputação como um defensor da democracia em África.”
A votação é observada por missões da Commonwealth, da União Africana, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e milhares de profissionais do país divididos entre as mais de 29 mil assembleias de voto.
A Comissão Eleitoral proibiu a venda de bebidas alcoólicas em várias regiões do país e o uso de motos a 400 metros dos locais de votação.
O Parlamento do Ghana aprovou em Novembro uma lei que permite expulsar da residência oficial o presidente em fim de mandato, caso este se recuse a deixar o poder numa eventual derrota nas eleições, “para garantir transições futuras pacíficas e efectivas.”