Acusada de corrupção recusa dar depoimento
Choi Soon-sil, conhecida como a “Rasputina” sul-coreana que protagoniza o famoso escândalo de corrupção que pode custar o cargo à Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi ontem a grande ausência da segunda sessão do comité de investigação parlamentar do caso ao negar-se a prestar depoimento.
Choi alegou motivos de saúde e necessidade de preparar a sua defesa para não comparecer à sessão pública de ontem, na qual deputados da Assembleia Nacional interrogaram figuras próximas do Governo de Park, para conhecer as conexões de alto nível que, supostamente, derivaram em graves actos de corrupção.
Após questionar os motivos da ausência, o comité parlamentar a cargo da investigação emitiu uma ordem para obrigar “Rasputina”, que está detida, a prestar depoimento, mas, mesmo assim, ela não compareceu à Assembleia Nacional.
Choi, de 60 anos e que nunca ocupou um cargo público, é acusada de interferência em assuntos de Estado graças à sua amizade com a presidente, além de arrecadar, através de pressões e troca de favores, milhões de dólares dos principais conglomerados empresariais do país.
Das 27 pessoas convocadas para depor, apenas 14 se apresentaram na sessão, entre elas o ex-chefe de pessoal da presidente, o septuagenário Kim Ki-choon, que foi alvo de grande parte das perguntas dos deputados. As suspeitas indicam que Kim, um sinistro personagem relacionado com supostas violações de direitos humanos como ajudante do falecido ditador Park Chung-hee, pai da actual presidente, foi o elo de ligação entre ela, a “Rasputina” e outras figuras na hora de extorquirem empresas e cometerem outros actos ilícitos.
Kim mostrou-se evasivo no interrogatório e negou inclusive que conhecia Choi Soon-sil, mas os depoimentos de outras testemunhas evidenciaram conexões entre os dois, em sintonia com as investigações realizadas até ao momento pela procuradoria. A audiência pública de ontem foi a segunda depois de na terça-feira prestarem depoimento os oito magnatas mais importantes do país - entre eles os líderes da Samsung e da Hyundai - para esclarecerem os motivos de terem fornecido milhões de dólares para duas fundações da “Rasputina”. O caso de corrupção é alvo de protestos.