Necessidades na região continuam
O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários alertou, ontem, que a África Austral está a entrar no pico da época magra, depois da pior seca em décadas, devido ao “El Niño” e, com o stock de comida quase esgotado, as estimativas são de que o número de pessoas que precisam de assistência humanitária tenha subido em mais de 1 milhão, para 13,8 milhões de pessoas.
A fonte cita principalmente o aumento das necessidades no Madagáscar, Malawi e Zimbabwe. No Malawi, mais de 137 mil crianças foram forçadas a deixar as salas de aula devido à crise, mas existe uma particular preocupação com o sul do Madagáscar, onde cerca de 845 mil pessoas estão actualmente em situação de insegurança alimentar.
A produção de milho, mandioca e arroz no local caiu cerca de 95 por cento em comparação ao ano passado, numa altura em que a resposta humanitária para o Madagáscar está financiada em apenas 29 por cento.
O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários advertiu que a crise está a afectar mulheres e crianças de forma desproporcional, que aumenta o número de crianças a deixar a escola devido à falta de água ou comida e a envolver-se em trabalho infantil ou a casar precocemente.
O coordenador do órgão para o El Niño na África Austral, Timo Pakkala, afirmou que a assistência humanitária é ampliada em toda a região, mas sublinhou ser “essencial” que a ajuda aos mais vulneráveis seja mantida na época magra.
Na terça-feira, agências humanitárias lançaram um plano de acção revisto. A escassez de alimentos em toda a região é grave e está a ser exacerbada por diversos factores, entre os quais o preço baixo das commodities, taxas de câmbio desfavoráveis e crescimento económico baixo. Além disso, um terço de todas as pessoas a viver com o HIV em todo o mundo, reside na região.