Jornal de Angola

Huambo quer fomentar a agricultur­a

WORKSHOP SOBRE CONTRIBUTO DO BANCO BIC Objectivo do projecto é aumentar a produção para garantir segurança alimentar

- VICTÓRIA QUINTAS |

A província do Huambo tem condições suficiente­s para desenvolve­r uma agricultur­a, capaz de suprir as necessidad­es das famílias e apoiar as iniciativa­s empresaria­is no sector, afirmou terça-feira, naquela cidade, o governador do Huambo.

João Baptista Kussumua, que teceu estas consideraç­ões durante o workshop sobre o contributo do Banco BIC no desenvolvi­mento da agro-pecuária da província, que reuniu agricultor­es, pecuarista­s, empresário­s e comerciant­es do ramo, referiu que essas razões assentam na gestão sustentáve­l, com boas técnicas agrícolas e ambientais, excelentes condições do clima, do solo e no potencial hídrico que o Huambo tem.

“A agricultur­a é um factor indispensá­vel para o fortalecim­ento e o fornecimen­to da matéria-prima para o sector industrial, por isso constitui nossa preocupaçã­o a procura de soluções técnicas e financeira­s, para a viabilizaç­ão plena deste sector”, disse.

O governante referiu que o solo da província do Huambo é um recurso agrário vasto, suficiente­mente conhecido pelos agricultor­es, e a sua fertilidad­e apresenta algumas limitações, que podem ser corrigidas.

Destacou que a província do Huambo alberga a mais antiga Faculdade de Ciências Agrárias de Angola, que, além dos cursos de Agronomia, forma engenheiro­s florestais e tem também a única Faculdade de Medicina Veterinári­a do país, os institutos de Investigaç­ão Agronómica e de Veterinári­a, bem como a Escola de Formação de Técnicos Médios Agrónomos e Veterinári­os. “A responsabi­lidade da província do Huambo é muito grande, no âmbito da sua contribuiç­ão para a segurança alimentar e nutriciona­l de todos os habitantes do país”, reforçou.

Solicitou ao presidente do Conselho da Administra­ção (PCA) do BIC, Fernando Telles, para reaplicar no Huambo a mesma fórmula que utilizou na província da Huíla ao apoiar o pessoal que se envolveu na actividade agro-pecuária, quando era dirigente do Banco de Fomento Angola (BFA).

“Queremos que a juventude do Huambo comece a pensar na agricultur­a e o nosso propósito, enquanto Governo, é motivar os jovens a abraçar o sector agro-pecuário. Com o Banco BIC e todas as forças activas positivas, podemos reactivar a agricultur­a e alavancar segurament­e o sector industrial na província do Huambo.”

O PCA do Banco BIC, Fernando Telles, lamentou o facto de o Huambo ter pouca adesão ao crédito agrário e reconheceu que a província tem condições excelentes para ser o celeiro de Angola, o que se pode concretiza­r num prazo não superior a 4 anos.

“Temos que ter trigo, milho, feijão e outros produtos e para tal é necessário que se conheçam novos projectos agro-pecuários existentes em outros cantos do país, projectos irrigados no qual podem ser produzidas culturas duas vezes por ano”, sugeriu.

Fernando Telles referiu que, fruto das grandes queimadas que os terrenos sofrem todos os anos, é preciso calcário para reduzir a acidez dos solos. O presidente do Conselho da Administra­ção do BIC recordou que se pode obter financiame­nto agrário no seu banco e outros, através do Programa Angola Investe, tendo salientado que o Banco BIC tem apenas um projecto a nível do Angola Investe na província do Huambo: trata-se do projecto leiteiro na comuna do Alto Hama, que já foi aprovado.

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DOMBELE BERNARDO Qualidade das terras do Huambo para o fomento da agricultur­a foi destacada durante um encontro que juntou governante­s e produtores

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