Utilização de Camara afasta Senegal
A utilização da meia-distância lateral esquerda, do Issy Paris, Doungou Camara, motivou a desqualificação da selecção do Senegal, após a vitória sobre a Tunísia, nas meias finais do CAN de andebol feminino, que ontem terminou na Arena do Kilamba. Segundo confirmaram ao Jornal de Angola fontes da Confederação Africana de Andebol, a Federação tunisina apresentou um protesto à Federação Internacional de Andebol (IHF), pelo facto de a mesma andebolista ter representado a França, no Campeonato Mundial de Juniores, que a Croácia organizou, de 28 de Junho a 13 de Julho de 2014.
O actual regulamento de naturalização de jogadores de andebol estipula o prazo de 3 anos, sem representar uma selecção nacional, para poder defender as cores de outra nação. Perante as evidências apresentadas pelos tunisinos, a entidade que rege a modalidade no mundo, a equipa comandada pelo francês Fredric Bougeant foi automaticamente eliminada, ficando arredada da final, onde foi substituída pela Tunísia.
O Jornal de Angola confirmou a inscrição da meia-distância franco-senegalesa, nos registos do Campeonato do Mundo de juniores, em 2014, como ponta esquerda da selecção francesa. Com 19 anos, na altura, a andebolista, nascida a 7 de Janeiro de 1995, já tinha catorze golos apontados ao serviço da equipa nacional gaulesa, ao cabo de 12 internacionalizações.
Durante a prova, Doungou Camara alinhou contra Portugal, Japão (4 golos marcados), Suécia (3) e RDC (4), na fase preliminar. A meia-distância do Issy Paris jogou ainda contra a Dinamarca, nos quartos-de-final, tendo apontado um golo, e nas partidas com a Holanda e a Roménia, classificativas do quinto ao oitavo lugar da prova. Ao longo da prova, Doungou Camara foi a melhor marcadora da equipa, com 24 golos apontados, à frente de H. Cissé com 20 e A. F. Diop com 18. Curiosamente, a mesma jogadora representou o Senegal no Torneio Pré-olímpico, disputado em 2015, em Luanda. Tendo vencido, na altura, por 2519, os tunisinos não apresentaram qualquer protesto. Em causa, esteve o risco de não conseguirem a qualificação ao próximo campeonato do mundo, que a Alemanha organiza em 2017.
Após uma derrota clara por 2026, ante o Senegal, nas meias-finais e, sem garantia de ultrapassar os Camarões, na luta pela derradeira vaga, a federação tunisina não hesitou em usar o trunfo que trazia na manga.
À excepção de Angola, o Senegal venceu todos os oponentes na prova, sendo considerado equipa revelação. Composto quase exclusivamente por andebolistas que vivem em França, o "sete" nacional senegalês denota, nos últimos anos, uma assinalável progressão competitiva, pondo em risco o relativo conforto das tunisinas nos lugares de pódio.