A luta contra o tabaco
A promoção do bem-estar dos cidadãos é um dos grandes fins do Estado, que põe em marcha políticas públicas destinadas a salvaguardar a saúde de todos os membros da comunidade. Sabe-se que o cancro do pulmão é causa de milhares de mortes em Angola, tendo um estudo realizado pelo Ministério da Saúde concluído que o uso excessivo de tabaco está na origem desta situação.
O uso excessivo de tabaco em Angola é um problema que está a preocupar as autoridades, que estão a trabalhar na elaboração de um ante-projecto de lei, destinado a lutar contra esse mal. Filomena Wilson, médica especialista em saúde pública, disse, citando o referido estudo, que o consumo de cigarro é responsável por cerca de 50 doenças em quase todos os órgãos do corpo humano.
Ainda bem que se fez um estudo sobre o consumo de tabaco no nosso país, pois isso permitiu obter dados que vão possibilitar às autoridades competentes do nosso país elaborar políticas públicas para resolver os problemas, com recurso à prevenção e à cura. Com um conhecimento profundo da situação do consumo de tabaco podem-se tomar medidas acertadas para atenuar os males decorrentes do uso excessivo do cigarro. Filomena Wilson afirmou que “a OMS declarou que um dos grandes factores de risco das doenças crónicas é o uso excessivo do tabaco, que se tornou uma questão de saúde pública, que preocupa o sector de Saúde em Angola”.
É bom que as autoridades ligadas à Saúde tenham informação sobre um fenómeno que constitui um problema de saúde pública e que tudo façam para que angolanos não morram por consumo de tabaco. Conhecida a situação do consumo de tabaco no país, importa agora que se realizem programas capazes de levar milhares de cidadãos consumidores a desistir do uso daquela droga lícita. Que estes programas sejam executados particularmente nas escolas, para que os jovens tomem conhecimento dos males que o consumo de tabaco causa. As pessoas precisam de saber de forma clara que o tabaco causa danos à saúde.
Um trabalho intenso tem de ser feito ao nível da prevenção, até porque esta é mais barata que a cura. É necessário evitar que morram muitos angolanos por uso excessivo de tabaco. O país precisa de todos os angolanos para as tarefas de reconstrução nacional. Lutar contra o uso excessivo de tabaco é salvar vidas humanas. A decisão de se produzir legislação contra o tabaco é uma boa medida que pode contribuir grandemente para evitar que o Estado gaste muito dinheiro com doentes com cancro causado pelo consumo de tabaco. Ana Graça, directora do Instituto Nacional de Luta contra as Drogas, disse que “é preciso ter em mente que o Executivo gasta milhões de kwanzas no tratamento de doentes com cancro causado pelo uso de tabaco ou de outras drogas”.
Era importante que se organizassem palestras em escolas e em outras instituições, nas quais deviam intervir especialistas em saúde pública, para abordar a questão do consumo de tabaco. É indispensável que os cidadãos estejam bem informados sobre os efeitos do consumo de tabaco. Se as pessoas se aperceberem dos perigos que decorrem do consumo excessivo de tabaco deixarão de usá-lo, para salvaguardar a sua saúde, não sendo, consequentemente, necessária a intervenção dos serviços de Saúde que, assim, poupam dinheiro que pode servir para acudir a outras situações.
A prevenção tem de ser uma prioridade. Gastar dinheiro na prevenção vale sempre a pena. Os países que apostam na prevenção, ao nível da Saúde, conseguem assegurar uma boa qualidade de vida aos seus cidadãos. Os cidadãos têm de ter saúde para fazerem parte, todos, do esforço de construção de uma sociedade desenvolvida e próspera. Se não tivermos cidadãos sãos, isso comprometerá o desenvolvimento do país.
Faz pois sentido que as nossas autoridades estejam atentas aos problemas de saúde pública e que trabalhem para que estes não se agravem. É preciso actuar com oportunidade para dar solução aos problemas. Conhecemos experiências boas doutros países ao nível da prevenção, pelo que nos podemos socorrer do que foi feito por outros Estados com resultados positivos.
A luta contra o tabaco deve começar já. Que se mobilizem quadros da Saúde para lançar em todo o país a mensagem de que o tabaco mata. É preciso impedir que morram angolanos por consumo de tabaco. O sector da Saúde é essencial no processo de construção do desenvolvimento. Temos de ter recursos humanos saudáveis para o trabalho árduo de criação do progresso e prosperidade, que se consegue se se eliminarem as doenças.
Com campanhas de esclarecimento será possível reduzir o número de consumidores de tabaco. Há a boa notícia de que do total da população angolana, 40 por cento são fumadores, o que, segundo Ana Graça, indica não haver tantos fumadores no país, em comparação com a realidade de outros países do continente africano. Que se trabalhe então para que a percentagem de fumadores se reduza ainda mais, no interesse de toda a nossa comunidade.