Detidos traficantes de seres humanos
A Interpol deteve onze alegados traficantes de seres humanos e apreendeu drogas e vários produtos falsificados, numa vasta operação realizada em 14 países da África Ocidental, anunciou quarta-feira a Organização Internacional de Polícia Criminal.
Mais de uma centena de agentes fronteiriços participaram entre 14 e 21 de Novembro nessa operação, baptizada como “Adwenpa II” e liderada pela secção da Interpol para “identificar criminosos, vítimas e produtos ilícitos”, precisou a instituição em comunicado.
Sete dos detidos são cidadãos da Guiné-Conacri e foram capturados na fronteira do seu país com o Mali, suspeitos “de facilitar a imigração ilegal” de sete homens e mulheres com idades entre os 16 e os 22 anos, que viajavam para Itália, refere a nota de imprensa.
No mesmo controlo fronteiriço foram resgatados dez homens que estavam a ser transportados para a Europa, via Líbia, e para minas de ouro na Guiné-Conacri, ao passo que dois indivíduos foram detidos por suspeita de estar a traficá-los.
Ao mesmo tempo, na fronteira do Ghana com o Burkina Faso, foram presos dois alegados traficantes de pessoas que transportavam sete meninos da Costa do Marfim, com idades entre os 11 e os 16 anos. A Interpol deteve ainda no Senegal um cidadão da República CentroAfricana acusado em França de assalto à mão armada. Os agentes realizaram também múltiplas apreensões de cocaína, canábis, heroína e metanfetaminas, falsas fardas militares, insígnias e outros produtos, bem como 332 mil dólares em dinheiro e mais de 20 veículos, alguns de luxo roubados na Bélgica, em França e Itália.
Os países que participaram nesta segunda fase, que decorreu em 28 pontos fulcrais de controlo fronteiriço e aeroportos, foram: Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Ghana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. No comunicado, a direcção de África da Interpol reconhece “a gravidade do problema do crime organizado transnacional” na região, pelo que considera prioritário proporcionar “uma ampla gama de instrumentos” aos países membros da organização para que reforcem a segurança das suas fronteiras.
Coordenar a acção policial com os países vizinhos faz parte dessa mesma prioridade, sublinhou o comissário-chefe da Polícia Nacional da Costa do Marfim, Kambile Pale Elie, no comunicado.
Financiada pelo Departamento Federal de Estrangeiros alemão, a operação “Adwenpa II” seguiu-se a uma primeira acção semelhante que terminou em Fevereiro passado com grande êxito, no âmbito de um programa de dois anos destinado a reforçar o controlo das fronteiras na região da África Ocidental, frisou a organização policial internacional.