Enfermeiros discutem problemas da classe
CONGRESSO INTERNACIONAL Bastonário defende actualização de categorias para melhorar o atendimento
A classe de enfermagem constitui cerca 60 de por cento da força de trabalho do sector da saúde do país e é o principal sustentáculo do “sistema de prestação de cuidado de saúde”.
A informação foi dada ontem pelo ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo, quando discursava no III Congresso Internacional da Ordem dos Enfermeiros de Angola, que decorre no Palácio dos Congressos, em Luanda, sob o lema “Ética, Responsabilidade e Exercício Profissional no Desenvolvimento das Políticas Públicas”.
O ministro da Saúde afirmou que a Inspecção Geral de Saúde tem detectado alguns casos de prática ilegal de enfermagem. Por esta razão, as autoridades sanitárias vão trabalhar com a Ordem dos Enfermeiros no sentido de reforçar o papel do Estado na matéria de regulação do exercício de enfermagem e de outras profissões de saúde.
Ao destacar o papel do enfermeiro, o ministro lembrou que se trata de uma figura chave na formação e supervisão dos agentes de desenvolvimento comunitário e sanitário.
“E, para tal, é necessário que tenha uma boa formação, incluindo o treino indispensável para que exerça as suas funções com conforto, qualidade, segurança e eficácia”.
Luís Gomes Sambo disse que o congresso é uma oportunidade para a reflexão sobre os temas fundamentais da enfermagem, porque vai ajudar a clarificar vários aspectos com que a classe se debate.
O ministro apelou aos professores de enfermagem para fazerem regularmente estágios de actualização nos hospitais e serviços de referência, de modo a poderem transmitir aos formandos a pratica de cuidados integrados de qualidade.
Luís Gomes Sambo salientou que o Ministério a Saúde está aberto a encontros de trabalho com a Ordem dos Enfermeiros, para melhorar a situação da classe.
Valorização
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros Paulo Luvualo, defendeu a valorização da classe.
Sublinhou que existe um grande défice no que diz respeito ao cumprimento dos princípios éticos e deontológicos, porque muitos não se sentem motivados por falta de actualização das suas categorias, além da grande sobrecarga devido ao elevado número de doentes.
De acordo com o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, desde 2010 que não são feitas novas admissões, e de lá para cá foram construídas muitas unidades hospitalares. “Isto não tem sido acompanhado por admissões de profissionais de enfermagem”, referiu.O bastonário defendeu a hanização dos serviços de saúde.
No III congresso internacional dos enfermeiros de Angola, que termina hoje, estão a ser debatidos temas como “Ética e deontologia nas relações entre os profissionais de enfermagem”, “Principais factores que contribuem para os erros da medicação na equipa de enfermagem”, “Participação da enfermagem nas pequenas cirurgias” e “A qualidade na formação dos profissionais de enfermagem”.