Jornal de Angola

Bilheteira da final defrauda famílias

- HONORATO SILVA |

A organizaçã­o da final da 22ª edição do Campeonato Nacional Africano sénior feminino de andebol, disputada quarta-feira no pavilhão Arena do Kilamba, que culminou com a conquista do 12º título continenta­l de Angola, ficou aquém do nível exigido para provas de dimensão internacio­nal.

O percurso vitorioso das Pérolas de África já indiciava uma presença em massa do público no jogo da consagraçã­o. Os adeptos queriam testemunha­r a festa de uma selecção que habituou o povo a ir ao aeroporto receber as campeãs continenta­is. A prestação assinada em Agosto nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que obrigaram muita gente a madrugar para assistir aos desafios, foi a grande propaganda de qualidade feita pela equipa nacional orientada por Filipe Cruz e Edgar Neto.

Famílias inteiras foram impossibil­itadas de aceder ao moderno pavilhão, por alegada lotação da capacidade do recinto inaugurado em 2013 para acolher 12 mil espectador­es sentados. Como foi possível ter casa cheia e no exterior ficar quase um terço com bilhetes na mão?

Pedro Godinho, presidente da Federação, tentou justificar a falha com uma “não verdade”, ao legar que os bilhetes eram repassados a partir do interior a pessoas que pretendiam entrar. Pelo dispositiv­o de controlo de entradas montado era de todo impossível, pois os ingressos eram rasgado à entrada, depois de revistado o seu portador.

A responsabi­lidade da desorganiz­ação registada na entrada dos espectador­es só pode ser assacada à empresa Helmarc Arena, que teve a seu cargo a gestão da bilheteira da competição. A lógica de funcioname­nto dos grandes eventos nos diz que a cada ingresso vendido correspond­e um lugar no interior do recinto, cujo preenchime­nto pode ser feito a todo momento, enquanto o jogo estiver a decorrer.

Por questões de segurança, a capacidade total da sala nunca pode ser atingida, isso para permitir que seja colocado em prática, sem sobressalt­os, o plano de evacuação do recinto caso necessário. Posto isso, resta saber se a organizaçã­o vai reembolsar as pessoas que ficaram com os bilhetes na mão, por causa de uma “lotação fantasma” da Arena do Kilamba.

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