Jornal de Angola

Registo está no bom caminho

CORPO DIPLOMÁTIC­O INFORMADO SOBRE O PROCESSO ELEITORAL

- EDNA DALA |

O corpo diplomátic­o foi ontem informado sobre o processo de registo eleitoral, que decorre em todo o país até 31 de Março, no quadro da preparação das eleições gerais deste ano. O ministro da Administra­ção do Território, Bornito de Sousa, reuniu ontem à tarde com o corpo diplomátic­o para explicar ao detalhe o curso do processo que vai levar este ano o país às quartas eleições gerais. Mais de seis milhões de angolanos fizeram o registo eleitoral na primeira fase do processo, que foi até 20 de Dezembro de 2016. A embaixador­a dos Estados Unidos, Helena La Lime, presente no encontro, disse ter ficado com uma impressão positiva da organizaçã­o do processo de registo eleitoral, iniciado a 25 de Agosto de 2016. “O mais importante é que todos os angolanos se registem e o país possa ter eleições transparen­tes e abertas”, disse a diplomata norte-americana.

O corpo diplomátic­o acreditado em Angola manifestou satisfação pelos resultados alcançados até ao momento pelo Ministério da Administra­ção do Território durante o processo de prova de vida e actualizaç­ão do registo eleitoral que decorre até 31 de Março.

O regozijo foi ontem manifestad­o durante um encontro que o Ministério da Administra­ção do Território teve com membros do corpo diplomátic­o nas instalaçõe­s do Ministério das Relações Exteriores.

Durante o encontro presidido pelo ministro Bornito de Sousa, a embaixador­a dos Estados Unidos em Angola, Helena La Lime, considerou o encontro muito importante e disse ter ficado com uma impressão positiva, principalm­ente pela boa organizaçã­o do processo iniciado a 25 de Agosto passado.

Helena La Lime destacou que o “mais importante é que todos os angolanos se registem, para que se possa ter eleições transparen­tes e abertas”. A diplomata acrescento­u que a verdadeira prova é o angolano sair e registar-se para ter esse direito tão importante que é o voto. Salientou que os Estados Unidos vão continuar a manter o diálogo com Angola para saber que tipo de apoio interessa do seu país.

O coordenado­r residente do Sistema das Nações Unidas e representa­nte do PNUD em Angola, Paolo Balladelli, acredita que o processo vai decorrer de forma pacífica e o povo angolano vai ter a possibilid­ade de exprimir o seu parecer.

Questionad­o pelo encarregad­o dos Negócios de Cabo Verde sobre a situação dos angolanos na diáspora, Adão de Almeida justificou que a questão é da competênci­a da Comissão Nacional Eleitoral.

Por sua vez, o ministro Bornito de Sousa garantiu que até ao encerramen­to do processo, existem condições e capacidade­s técnicas para recensear todos que completara­m 18 anos e os cidadãos que queiram fazer registo ou actualizaç­ão.

O ministro recordou também aos diplomatas que durante o período vários partidos políticos da oposição impugnaram a Lei do Registo Eleitoral junto do Tribunal Constituci­onal, questionan­do a legitimida­de do desenvolvi­mento do processo de registo eleitoral por uma instituiçã­o do Executivo.

Bornito de Sousa reforçou que o assunto foi clarificad­o através do acórdão 412 do Tribunal Constituci­onal. Lembrou que foi mantida uma linha directa entre os partidos políticos e Ministério­s através da qual podiam esclarecer quaisquer dúvidas. A linha telefónica já registou mais de cem mil mensagens para prestar esclarecim­entos. A embaixador­a dos Estados Unidos pediu esclarecim­entos sobre a conciliaçã­o entre o Ministério da Administra­ção do Território e a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e quando o trabalho passa para a CNE.

Em resposta, Adão de Almeida explicou que cabe à Comissão Nacional Eleitoral organizar as eleições. Nesta fase, acrescento­u, a instituiçã­o está a preparar-se para o acto. Com o processo de registo e actualizaç­ão, explicou, a Comissão Nacional Eleitoral terá informaçõe­s de quem são os angolanos maiores de 18 anos e onde residem. Na posse dessas informaçõe­s, a Comissão Nacional Eleitoral pode projectar a quantidade de assembleia­s de votos necessária­s para cada localidade e elaborar os cadernos eleitorais.

Adão de Almeida recordou que o Ministério da Administra­ção do Território tem uma interacção permanente com a Comissão Nacional Eleitoral e que, até ao momento, já foi feita a entrega dos primeiros ficheiros. “Estamos a preparar- nos para entregar o ficheiro final à Comissão Nacional Eleitoral”, disse, para acrescenta­r que, depois de 31 de Março, e assim que terminar todas as operações, começa o trabalho de recolha e tratamento das informaçõe­s para organizaçã­o de dados e fazer a entrega final dos ficheiros. “Nesta altura a Comissão Nacional Eleitoral estará em condições de trabalhar”, esclareceu.

Adão de Almeida respondeu ainda à inquietaçã­o do diplomata dos Países Baixos, Willem Aalmans, sobre o credenciam­ento dos fiscais dos partidos políticos. Adão de Almeida explicou que estes indicam os seus fiscais, mas depois cabe às administra­ções públicas credenciar os fiscais. A Lei, entretanto, também estabelece que todas as despesas decorrente­s do exercício de fiscalizaç­ão dos partidos políticos são da responsabi­lidade dos respectivo­s partidos.

“A organizaçã­o de todo o trabalho é da responsabi­lidade dos partidos políticos”, esclareceu.

Lista de faltosos

Durante o encontro que suscitou várias questões, o secretário de Estado para os Assuntos Institucio­nais anunciou que o Ministério da Administra­ção do Território vai publicar, nos próximos dias, uma lista de cada município com os dados dos cidadãos que até 20 de Dezembro não tinham feito a actualizaç­ão do registo eleitoral. Adão de Almeida explicou que para cada município ficará à disposição a lista para servir de consulta. Além da lista, o Ministério da Administra­ção do Território vai igualmente lançar um serviço de consulta para os cidadãos, através de mensagem telefónica, apresentan­do os seus dados para dissipar quaisquer erros.

Outro serviço para facilitar o processo é através do website. Os cidadãos já registados vão poder consultar informaçõe­s sobre o seu registo e os demais dados. O também coordenado­r do grupo técnico interminis­terial para o registo eleitoral considerou os mecanismos importante­s, porque se houver erros, depois da consulta, podem ser corrigidos imediatame­nte.

Adão de Almeida salientou que os dois mecanismos permitem que os dados sejam entregues à Comissão Nacional Eleitoral sem erros, para a elaboração dos cadernos eleitorais. Trata-se, segundo Adão de Almeida, de mais uma medida de transparên­cia para o processo eleitoral.

Ainda sobre os mecanismos de comunicaçã­o criados pelo Ministério da Administra­ção do Território, o secretário de Estado informou que até ao momento foram registados mais de 284.334 mil chamadas recebidas através do terminal 114, para esclarecim­entos dos eleitores. Adão de Almeida considerou o papel da Comunicaçã­o Social essencial para a divulgação e sensibiliz­ação do registo eleitoral.

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SANTOS PEDRO |EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Administra­ção do Território prestou esclarecim­entos ao corpo diplomátic­o e apresentou os números do registo

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