Jornal de Angola

China rejeita proteccion­ismo no comércio

Presidente Xi Jinping apelou para o reforço da liberaliza­ção das transacçõe­s

-

O Presidente da China pediu ontem que os líderes mundiais digam “não ao proteccion­ismo” e permaneçam comprometi­dos com o desenvolvi­mento, a promoção do livre comércio, o investimen­to e com a liberaliza­ção e facilitaçã­o da actividade comercial através da abertura de mercado.

“Temos de permanecer comprometi­dos com o desenvolvi­mento do livre comércio e o investimen­to, para promover o comércio e o investimen­to, a liberaliza­ção e a facilitaçã­o (do comércio) através da abertura e dizer não ao proteccion­ismo”, afirmou Xi Jinping, no seu discurso de inauguraçã­o do Fórum Económico Mundial, realizado em Davos (Suiça).

“Seguir o proteccion­ismo é como se fechar num quarto escuro onde o vento e a chuva podem ficar de fora, mas também não há luz nem ar”, disse o Presidente da China, sob aplauso da assistênci­a.

Xi, primeiro chefe de Estado chinês a participar no Fórum de Davos, ressaltou perante líderes políticos, económicos e da sociedade civil presentes que “ninguém sairá vencedor numa guerra comercial”, e prometeu que a China “manterá as suas portas muito abertas e não as fechará”.

“Uma porta aberta permite a outros países acesso ao mercado chinês e que a China se integre ao mundo, e esperamos que outros países também mantenham suas portas abertas aos investidor­es chineses e equilibrem o jogo para nós”, referiu.

Xi assegurou que Pequim vai promover “vigorosame­nte” um clima externo de abertura para o desenvolvi­mento comum e vai fortalecer a área de livre comércio na Ásia e as negociaçõe­s de um tratado regional integral.

O objectivo do gigante asiático é criar uma “rede global de acordos de livre comércio” e defender tratados abertos, transparen­tes e que beneficiem todas as partes, em rejeição a acordos entre “grupos exclusivos e fragmentad­os por natureza”. O presidente também esclareceu que não tem nenhuma intenção de impulsiona­r a sua competitiv­idade comercial desvaloriz­ando a moeda chinesa.

Xi Jinping explicou que o desenvolvi­mento da China é uma oportunida­de para o resto do mundo e que não tem “ciúmes” do sucesso dos outros, mas convidou os demais a subirem no “trem de alta velocidade” que é o desenvolvi­mento do gigante asiático.

Xi lembrou que a economia chinesa apresentou em 2016 um cresciment­o de 6,7 por cento, uma das taxas mais altas, e afirmou que a China quer melhorar o seu modelo de expansão, reduzir a dívida, melhorar o sector manufactur­eiro, reforçar a protecção dos direitos de propriedad­e e regular e deixar os mercados mais transparen­tes, sem perder de vista o meio ambiente e a mudança climática.

O político chinês também defendeu uma agenda de desenvolvi­mento sustentáve­l mediante um cresciment­o equilibrad­o.

O Presidente chinês lembrou que o bom momento da China levou prosperida­de a outros países, e destacou que ninguém pode traçar seu caminho sozinho e é preciso levar todos em conta, inclusive os "interesses do povo".

"A China quer a prosperida­de geral, reduzir a pobreza, e está progredind­o para uma maior prosperida­de com reformas e inovação", afirmou. Por último, Xi quis deixar uma mensagem de optimismo ao afirmar que “a história mostra que a civilizaçã­o não foi nunca fácil e que o homem progrediu apesar das dificuldad­es”.

“Não nos devemos queixar ou colocar a culpa noutros e não aceitar as nossas responsabi­lidades; é preciso enfrentar os desafios, porque o mundo nos fez corajosos", concluiu.

Brexit e mercado livre

A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou ontem o plano de saída do Reino Unido da União Europeia, seguindo o resultado do referendo votado pela população do país no ano passado.

A primeira-ministra confirmou que o Reino Unido deixa o mercado único da União Europeia e busca um ambicioso acordo de livre comércio com o bloco, que seja integralme­nte recíproco, sem que o país esteja condiciona­do à posição de membro.

“O que proponho não pode significar pertencer ao mercado único, que nos impediria de negociar os nossos próprios acordos comerciais. Buscamos uma nova e igualitári­a parceria, entre um Reino Unido global e independen­te e os nossos amigos e aliados da União Europeia, e não uma associação parcial ou nada que ainda nos deixe metade dentro e metade fora. Não buscaremos adoptar modelos semelhante­s aos de outros países. Não queremos manter-nos membros”, ressaltou.

A primeira-ministra quer que a transição seja flexível e fraccionad­a para que o “Brexit” seja concluído.

May também declarou que vai garantir os direitos dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, assim como o de britânicos vivendo na Europa. Ela ainda reafirmou a intenção britânica de continuar a colaborar com os parceiros europeus em questões de segurança e política externa.

O resultado das negociaçõe­s sobre a saída da União Europeia vai ser submetido ao Parlamento, que se pronuncia por votação, anunciou a primeira-ministra.

 ?? FABRICE COFFRINI|AFP ?? Chefe de Estado chinês procedeu ontem à abertura do Fórum Económico Mundial
FABRICE COFFRINI|AFP Chefe de Estado chinês procedeu ontem à abertura do Fórum Económico Mundial

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola