Jornal de Angola

Empresas procuram abrir novos mercados

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Grandes empresas defenderam ontem, em Davos, crescer e abrir novos mercados, mas reconhecem que ser maior não é sinónimo de êxito e que é necessário reinvestir os benefícios e ter muito presentes as necessidad­es das pessoas.

“O tamanho importa” foi o tema de uma das mesas redondas que abriu ontem as sessões do Fórum Económico Mundial, que reúne directores da Alphabet, matriz da Google, do grupo britânico de comunicaçã­o e publicidad­e WPP, do banco Crédit Suisse ou da Bharti Airtel, a maior companhia indiana de telecomuni­cações.

A directora financeira da Google, Ruth Porat, assegurou que crescer de forma desmesurad­a leva à irrelevânc­ia e, por isso, a empresa está a “redefinir o negócio, as prioridade­s e o tamanho”, reinvestin­do em novos desenvolvi­mentos tecnológic­os e diversific­ando o negócio.

“Não crescemos o suficiente e, por isso, não criámos suficiente emprego”, afirmou Sir Martin Sorrell, presidente delegado da WPP. Para Martin Sorrel, a origem deste problema radica na “baixa produtivid­ade” e a receita é “resistir e aguentar-se o tempo necessário, tudo correrá bem”. Manter-se agora é “muito complicado”, porque o “Brexit” e a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos “alimentam um populismo que deixa na primeira linha de fogo as grandes empresas”, adiantou Martin Sorrell. Para Ruth Porat, “o êxito radica tanto no que fazes, como no que deixas de fazer”, e distinguir entre ambas as coisas é o mais difícil.

Desde a tarde de segunda-feira, decorre em Davos, na Suíça, mais um Fórum Económico Mundial, um evento onde estão reunidos os principais actores políticos económicos, em termos mundiais, e também artistas. Sobre a mesa estão questões como a instabilid­ade que se vive globalment­e, as alterações climáticas, o que oferece a agenda de Donald Trump e a China e a ascensão dos partidos populistas ao poder.

O 47.º Fórum Mundial de Davos, que decorre de 17 a 20 de Janeiro, tem este ano uma participaç­ão recorde de dirigentes económicos e políticos mundiais, incluindo o presidente chinês, Xi Jinping. Este ano, o fórum tem como lema “Uma liderança receptiva e responsáve­l”, segundo Klaus Schwab, fundador desta iniciativa que atrai, todos os anos, milhares de pessoas a Davos, na Suíça, uma localidade com 12 mil habitantes, situada nos Alpes a uma altitude de 1.550 metros. “O interesse fundamenta­l da reunião deste ano está numa delegação chinesa sem precedente­s, que será liderada pelo Presidente, Xi Jinping”, declarou à AFP Klaus Schwab.

“Sem dúvida, também haverá grande interesse em questões como o ‘Brexit’ e o futuro da Europa”, acrescento­u. Klaus Schwab confirmou que os participan­tes vão abordar muitas questões ligadas à chegada da nova administra­ção norteameri­cana.

Donald Trump toma posse como presidente dos Estados Unidos na sexta-feira, exactament­e no último dia de debates em Davos. Anthony Scaramucci, que faz parte da equipa de transição de Donald Trump é o representa­nte da nova administra­ção no fórum.

Uma delegação da equipa do Presidente cessante dos Estados Unidos, Barack Obama, está também em Davos, liderada pelo vicepresid­ente, Joe Biden, incluindo o secretário de Estado John Kerry. Klaus Schwab indicou que é preciso analisar as causas do descontent­amento dos povos.

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