Banco luso reduz participação no BFA
O banco espanhol CaixaBank vai elaborar um plano para reduzir a posição do Banco BPI no Banco de Fomento Angola (BFA), no qual detém uma participação minoritária de 48,1 por cento, de acordo com o prospecto da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre o banco português.
No prospecto divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o CaixaBank revela que quando o Banco Central Europeu (BCE) aceitou o lançamento de uma OPA e a aquisição do controlo do Banco BPI, fez uma “recomendação não vinculativa (…) para que se reduza gradualmente a participação do BPI no BFA, num período de tempo razoável”.
Aceitando a recomendação do BCE, o CaixaBank informa que irá preparar um plano de desinvestimento no BFA, “que poderá ser total ou parcial”. A participação do BPI no Banco de Fomento Angola motivou um conflito entre os dois principais accionistas – o CaixaBank, com 45 por cento e a sociedade angolana Santoro, com 18,9 por cento.
Durante dois anos, o BPI tentou encontrar formas de cumprir as regras do BCE, que o obrigavam a reduzir a exposição ao mercado angolano. Depois disso, os accionistas aprovaram em Dezembro a venda de dois por cento do BFA à operadora angolana Unitel, por 28 milhões de euros, passando o controlo da instituição para essa empresa, com 51,9 por cento.
O fim do controlo do Banco de Fomento Angola pelo BPI e o facto de este banco estar a ser alvo de uma OPA pelo CaixaBank, fez com que o BCE aceitasse que esta operação cumpra as condições de redução da exposição em Angola.
Recuperação do BCP
O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, estava ontem em alta ligeira, com o BCP a subir 13,22 por cento para 0,1566 euros. Cerca das 8H55 de Lisboa, o PSI20 estava a subir 0,09 por cento para 4.580,55 pontos, com sete “papéis” a valorizarem-se, dez a caírem e um inalterado, depois de em 27 de Junho passado ter terminado a sessão num mínimo de sempre, de 4.260,13 pontos.
Depois de terem atingido o máximo de 1,35 euros a 8 de Dezembro de 2016, os “papéis” do BCP terminaram na segunda-feira a 0,8031 euros e esta terça-feira as acções do banco sofreram um ajuste técnico para reflectir o facto de passarem a negociar em bolsa, destacadas dos direitos de subscrição do aumento de capital. A agência de avaliação de crédito S&P anunciou na segundafeira que admite a possibilidade de aumentar o “rating” do BCP, caso este complete com sucesso o aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros.
Em Lisboa o BPI subiu 0,44 por cento para 1,133 euros, no dia em que começa a OPA lançada pelo CaixaBank ao banco liderado por Fernando Ulrich, depois da CMVM ter registado na segundafeira a oferta que termina no próximo dia 7 de Fevereiro.
O preço oferecido pelos catalães é de 1,134 euros por cada acção. As acções da EDP e EDP Renováveis eram outras das que maiores acréscimos registaram ontem, quando subiam 0,90 por cento para 2,794 euros e 0,85 por cento para 5,799 euros.
No outro extremo, as acções da Mota-Engil lideravam as perdas, estando a cair 2,93 por cento para 1,555 euros. Na Europa, as principais bolsas estavam na manhã de ontem em baixa, com os investidores atentos ao Forum de Davos, um encontro económico que reúne políticos, empresários e governantes, para reforçar o crescimento, reformar o capitalismo de mercado e prepararse para a quarta revolução industrial.
Além de Davos, os investidores estão também atentos à publicação de diversos dados macroeconómicos, incluindo o índice de confiança do investimento na Alemanha, e pendentes da intervenção da primeira-ministra britânica, Theresa May, sobre o “Brexit”.
A nível cambial, o euro abriu em alta no mercado de divisas de Frankfurt, subindo para 1,0652 dólares, contra 1,0601 na segundafeira, depois de em 15 de Dezembro a Reserva Federal dos Estados Unidos ter subido as taxas de juro.
O barril de Brent, de referência para Angola, para entrega em Março, abriu ontem quase em baixa, a cotar-se a 55,59 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres.