Escolas do ensino médio têm poucas vagas
As escolas do segundo ciclo do ensino secundário existentes na província do Bié possuem poucas vagas para o elevado número de estudantes que pretendem ingressar neste subsistema de ensino, constatou ontem o
durante uma ronda por estes estabelecimentos.
Dados da direcção provincial apurados referem que mais de mil candidatos procuram por uma vaga nos vários estabelecimentos escolares do ensino médio existentes na cidade do Cuito durante o período das inscrições.
Para aceder às vagas, os candidatos são submetidos aos testes de admissão, que é uma das formas utilizadas pelas direcções das escolas, com vista a facilitar a selecção de alunos que pretendem frequentar o segundo ciclo de ensino.
No Cuito, o II ciclo do ensino secundário conta apenas com cinco instituições. Daí os institutos médios de Administração e Gestão (IMAG), de Saúde (IMS), Normal de Educação (INE) e Comercial, assim como a Escola do Segundo Ciclo Rei Ndunduma, vulgo PUNIV, registarem grandes enchentes.
Provenientes de diversas escolas do primeiro ciclo de ensino secundário, os candidatos ao ensino médio apresentam muitas deficiências, com base nas notas estampadas nos seus certificados, principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, o que condiciona a selecção para alguns casos.É o caso dos alunos que se inscrevem na Escola Rei Ndunduma e INE. Estes são obrigados a realizar testes de admissão, em que são avaliadas as questões relacionadas com escrita e interpretação de textos.
Para as direcções das referidas escolas, o objectivo de manter os exames de admissão tem a ver com a necessidade da aposta na qualidade de quem entra no sistema e facilitar o processo de ensino e aprendizagem durante o ano lectivo.
“A habilidade na escrita, erros ortográficos, coesão nas frases, para testar os níveis de conhecimentos em Língua Portuguesa”, disse um dos responsáveis do INE, são os principais critérios de selecção nos testes de admissão nas escolas do segundo ciclo.
Professores reformados
O sistema de ensino a nível do Bié, além da carência de salas de aulas também enfrenta problemas de falta de professores. A situação agravou-se ainda mais com a saída em 2016 de 1146 docentes que foram para a reforma.
O director provincial da Educação, Basílio Caetano, disse que a tendência aponta para o aumento de mais agentes fora do sistema e o crescimento da população estudantil. Basílio Caetano esclareceu que entre 2013 e 2015, a província do Bié não realizou concursos públicos para admissão de novos professores para o sistema normal de ensino em todos os subsistemas.
Em função disso, o responsável provincial do sector da Educação assegura que o número actual de professores não condiz com as necessidades da região, tendo em conta o número de reformados, de doentes e de falecidos durante os referidos anos.
O director avançou que foram registados mais cinco mil candidatos ao concurso de admissão de novos professores e técnicos administrativos, no ano transacto, para apenas um total de 186 vagas disponíveis.
Estavam disponíveis, em Novembro último, vagas para professores diplomados do II ciclo do ensino secundário do sexto e oitavo escalões, incluindo a categoria de professor do ensino primário diplomado do sexto escalão e do I ciclo do ensino secundário do sexto escalão, bem como técnicos médios de terceira classe.
Basílio Caetano afirmou que a prioridade na função de professores é para os candidatos formados em ciências da educação, incluindo os cursos diversos para a vaga de serviços auxiliares e técnicos administrativos.