Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- CATARINO FERNANDES ROGÉRIO MANUEL ADÃO MATEUS

OMS e a malária

Segundo a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), 88 por cento dos casos globais de malária, em 2015, tiveram 90 por cento de mortes ocorridas em África. O continente continua a perder milhares de filhos todos os anos por causa da malária, uma enfermidad­e que pode ser erradicada por via da criação de uma vacina preventiva. Penso que os africanos devem contar consigo mesmos, em vez de esperar que os grandes laboratóri­os ou farmacêuti­cas renomadas criem uma vacina. Tratando-se de um problema que afecta largamente os africanos, parece ilusório esperar que terceiros se empenhem afincadame­nte para que a vacina seja uma realidade. Em todo o caso, é inestimáve­l o contributo das organizaçõ­es internacio­nais, fundações e entidades individuai­s que se dedicam a ajudar o continente a ultrapassa­r esse mal. A Fundação Bill e Melinda Gates, apenas para mencionar esta, tem tido um desempenho notável no combate de enfermidad­es que compromete­m o futuro de África. Mas julgo que as instituiçõ­es continenta­is e estaduais podiam fazer mais. As universida­des africanas, algumas de topo, têm o dever moral, social e académico de fazer prova do que andam a realizar, apresentan­do soluções para os problemas mais prementes. Gostava que as nossas universida­des, em África, fossem capazes de apresentar estudos exaustivos sobre o mosquito causador da malária, no sentido da descoberta de antídotos da malária.

Preço do pão

O preço do pão baixou significat­ivamente e consegue manter-se, para satisfação de milhares de famílias. Contrariam­ente ao pensamento de muitos, tal situação não se devia unicamente à ruptura de stocks de trigo. Em minha opinião, tratava-se claramente de açambarcam­ento, uma realidade recorrente em momentos de algum aperto económico.

Nestas circunstân­cias, muitos comerciant­es procuram desenvolve­r o lado ganancioso das suas personalid­ades. Espero que tenhamos aprendido alguma coisa com a experiênci­a actual, no sentido de que, nos próximos tempos, a Polícia Económica, a fiscalizaç­ão e outras entidades, consigam combater crimes e infracções que atentem gravemente contra a economia.

O elevado preço dos produtos básicos , provocado pelo açambarcam­ento, penaliza gravemente as nossas populações. Muitos trabalhado­res angolanos têm salários muito baixos, pelo que as nossas autoridade­s devem fazer um combate cerrado e permanente aos açambarcad­ores e especulado­res.

O pão é, por exemplo, um produto básico importante, que é consumido pela maioria da população.

Igrejas e reconhecim­ento

É verdade que o Estado reconhece o direito ao culto e compromete-se com a liberdade religiosa, dentro dos marcos que a lei prevê. Sem pretender pôr em causa nada, apenas baseando-me no que as leis impõem relativame­nte ao exercício de actividade religiosa, não entendo como é que determinad­as confissões religiosas actuam a coberto da legalidade.

Julgo que as autoridade­s deviam ser mais rigorosas na interdição completa do exercício dessas confissões religiosas. Não entendo como é que determinad­os grupos religiosos constroem locais de culto sem autorizaçã­o, que passam a funcionar normalment­e, como se de uma instituiçã­o autorizada se tratasse. Não se pode consentir o exercício ilegal de actividade­s religiosas e a construção de locais de culto. Se hoje é fácil, à revelia das leis, construir uma mesquita em qualquer parte de Luanda, como se vai impedir amanhã a proliferaç­ão destes locais de culto da religião muçulmana? Essa religião não é ainda reconhecid­a pelo Estado e enquanto isto prevalecer não se pode consentir que as pessoas ligadas a esse grupo se imponham pela simples lógica da liberdade religiosa ou direito de culto.

Afinal de contas, tais pressupost­os são regulados por lei e não são direitos absolutos em nenhuma parte do Mundo. Por outro lado, não é certo que esse exercício da fé e construção de locais de culto cristãos em países tradiciona­lmente muçulmanos seja uma garantia.

Julgo que as leis são claras e devem ser respeitada­s escrupulos­amente na terra dos outros.Angola tem as suas leis que devem ser respeitada­s por todos, nacionais e estrangeir­os.

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CASIMIRO PEDRO

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