A economia informal
Vivemos na era do conhecimento, em que são sempre bem-vindos os contributos de académicos à solução de muitos problemas da sociedade. É bom que um país tenha quadros que se preocupem com a vida dos cidadãos e que, por via dos seus conhecimentos, procurem dar soluções a problemas complexos que ocorrem nas nossas comunidades.
É de louvar o facto de docentes universitários de diferentes instituições de ensino superior angolanas estarem a fazer reflexões diversas sobre vários assuntos ligados à vida da nossa sociedade. Os académicos, pelos seus conhecimentos, têm um papel relevante a desempenhar na nossa sociedade. A solução de problemas complexos devem contar com a contribuição daqueles cidadãos que, pelas suas competências e habilidades, estão em condições de ajudar o país a crescer.
As universidades são instituições de ensino que devem estar alinhadas com o processo de desenvolvimento do país. Os quadros superiores devem constituir-se em mais valias para ajudar o nosso país a progredir. Não há desenvolvimento num país sem quadros altamente qualificados que produzam ideias, que venham depois a concretizar-se em soluções para os problemas.
Um prestigiado professor universitário angolano de Direito Económico, Francisco Queiroz, escreveu uma obra sobre a economia informal em Angola, que, na opinião de muitos académicos, pode suscitar debates necessários à volta de um assunto que tem a ver com a vida de muita gente. É positivo que haja docentes universitários a escrever sobre questões que preocupam a sociedade e que sugerem soluções para os problemas.
Deve-se incentivar os académicos a fazerem investigações, a fim de que estes possam contribuir para que as sociedades vivam cada vez melhor. A comunidade científica do nosso país é um segmento que não deve ser ignorado. Os académicos que se dedicam à investigação científica devem ser apoiados pelo Estado. O conhecimento pode gerar bem-estar, por via do trabalho dos nossos técnicos,e faz sentido que haja também políticas públicas de apoio à investigação científica para que haja cada vez mais angolanos a trabalhar em prol do progresso do país.
É importante ouvir os quadros nacionais. E felizmente temos já muitos quadros nacionais de elevada competência. Francisco Queiroz, autor do livro “Economia Informal - caso de Angola”, apresenta propostas e uma das suas propostas deve ser motivo de reflexão.
Diz Francisco Queiroz, docente universitário há muitos anos, que “em termos de tratamento, quer da economia informal, quer da tradicional, proponho que se dê a mesma solução, que é a de conceber um sector não estruturado da economia e que funcione ao lado da estruturada.”
Francisco Queiroz faz uma abordagem sobre uma economia, a informal, que cria o maior número de postos de trabalho, pelo que vale a pena estudar as suas reflexões, a fim de que se possam encontrar soluções viáveis para muitos dos nossos problemas.
O estudo daquele professor universitário surge num momento em que estamos todos empenhados em diversificar a nossa economia. Tendo a economia informal um peso considerável na nossa sociedade, importa que se estude com maior atenção este fenómeno na perspectiva de se produzirem no futuro políticas que possam ajudar a resolver os problemas das nossas comunidades que estão integradas na economia informal.
Foi bom que Francisco Queiroz tenha aproveitado a sua longa experiência como professor de Direito Económico e como investigador para verter em livro um assunto que certamente vai suscitar o interesse de professores e estudantes universitários e dos cidadãos em geral.
É positivo que haja mais angolanos a debruçarem-se sobre a economia, particularmente nesta fase de crise económica e financeira,em que procuramos todos soluções para os problemas que temos. E os problemas não são poucos, pelo que importa que haja muitos académicos a fazer investigação científica sobre assuntos diversos. Queremos todos evoluir para uma sociedade de prosperidade. E a prosperidade consegue-se por via do conhecimento. Temos de apostar na investigação científica, para melhorarmos a nossa qualidade de vida. Os técnicos são um segmento que tem um papel crucial a desempenhar na construção do nosso bem-estar. Sem quadros altamente qualificados não teremos progresso. É por isso que devemos apostar permanentemente na qualidade do nosso ensino, para que possamos ter quadros de elevada competência.
Temos de ter universidades e escolas superiores de excelente qualidade. Só a excelência nos levará a ter um país bom para se viver. A qualidade de vida surge se houver muito trabalho e muita competência. Os nossos técnicos superiores devem estar atentos à nossa realidade. Devem estudá-la, para poderem ajudar o país a sair das dificuldades em que se encontra. Os problemas que temos podem ser resolvidos. Temos de ser optimistas. Com trabalho e conhecimento podemos resolver muitos dos nossos problemas, em vários domínios.