Europa tem uma das uniões mais fortes
A chanceler da Alemanha garantiu que a Europa é um grande continente, que tem uma das uniões mais funcionais e que possui força suficiente para ajudar os europeus a crescerem, apesar da crise e de todas as investidas a que estão sujeitos.
Angela Merkel disse ainda que a União Europeia é uma organização estrutural que oferece vantagens a todos os seus membros e que não vai deixar-se ficar pelo caminho simplesmente porque alguns assim o desejam. “Os europeus têm o seu destino nas suas próprias mãos”, declarou Angela Merkel na segunda-feira quando abordava a saída da Inglaterra em definitivo de todos os acordos e circuitos da UE e respondia às críticas do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que amanhã entra em funções oficiais.
A chanceler alemã pensa que os europeus têm capacidade para cuidar do seu destino e que estão dispostos a comprometer-se com o seu futuro, sem necessidade de inventarem outras coisas ou precisarem de alguém que lhes mostre o caminho.
“AAlemanha está focada naquilo que pode dar como contribuição à União Europeia, agindo com os 27 Estados-membros com os olhos postos o futuro”, sublinhou Merkel, acrescentando que a saída de outros países da União Europeia não passa de especulação.
Angela Merkel, que conduziu uma política que permitiu acolher na Alemanha mais de um milhão de solicitantes de asilo desde 2015, pediu a todos para se concentrarem no projecto europeu, que "é um grande exemplo para o mundo", e ignorarem todas as informações intencionais contra a Europa.
“As minhas posições sobre a Europa e as questões transatlânticas são conhecidas. E, quando entrar em funções a nova administração norte-americana, vamos trabalhar juntos e ver quais os acordos onde vamos encontrar mais facilidades”, disse a chanceler Merkel.
Inglaterra
O discurso da primeira-ministra britânica, Teresa May, sobre a saída britânica da União Europeia está a ser considerado realista e deu lugar a uma discussão profunda na Escócia, onde existe uma vontade declarada em manter-se na UE.
May estabeleceu as prioridades para o Reino Unido deixar a União Europeia e garantiu que em nenhum ponto ou acordo o seu país vai ficar a meio. “A Inglaterra vai sair de todos os acordos e vai apenas estabelecer uma cooperação como mantém com qualquer outro país”, assegurou a primeira-ministra britânica. A União Europeia está preparada para iniciar negociações assim que o Reino Unido accionar o artigo 50, garantiu um eurodeputado.
Parlamento Europeu
O político italiano António Tajani (PPE, direita) tornou-se o novo presidente do Parlamento europeu ao ser eleito na terça-feira com 351 votos, contra 282 do seu compatriota social-democrata Gianni Pittella.
“António Tajani sucede ao socialdemocrata alemão Martin Schulz. Diante dos eurodeputados reunidos em Estrasburgo (nordeste da França), esse ex-comissário europeu comprometeu-se a “ser o presidente de todos e a respeitar todos os grupos parlamentares”. António Tajani dedicou a vitória às vítimas do terramoto na Itália e às vítimas do terrorismo, assim como a todos os que sofrem neste momento.
Poliglota e comunicativo, este político de 63 anos precisou de quatro voltas para vencer os seus outros cinco rivais. Na última, derrotou o único opositor, o social-democrata italiano Gianni Pittella, por 351 votos contra 282.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, espera cooperar com o novo líder do Parlamento ressaltando que “uma UE unida e forte precisa de um Parlamento Europeu construtivo e eficaz”.
Com a sua eleição, as três principais instituições da União Europeia (UE) - a Comissão, o Conselho e o Parlamento - ficam nas mãos da direita, numa altura em que a esquerda queixa-se das políticas pouco simpáticas dos governos de direita.
Embora Tajani fosse o favorito para presidir à Eurocâmara durante o segundo período da legislatura até 2019, a eleição era a primeira realmente acirrada desde 1979, quando se escolheram pela primeira vez os deputados europeus por sufrágio universal.
Nessa ocasião, a tradicional grande coligação entre conservadores do PPE e social-democratas, os dois principais grupos, apresentouse dividida. E o candidato socialdemocrata advertiu que, independentemente do resultado, nunca mais se podia falar de uma grande coligação no Parlamento Europeu.
O Parlamento Europeu mudou profundamente com o nascimento de um novo bloco conservador, que reúne o PPE, os liberais e os deputados do Partido Conservador britânico. A jornada começou com um movimento inesperado: a renúncia do candidato liberal Guy Verhofstadt para apoiar Tajani, o novo presidente do Parlamento. A União Europeia está a enfrentar novos desafios que podem ditar o futuro da organização.