Riade apoia nova política de Washington no mundo
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, disse ontem que está optimista com a maneira como o futuro governo dos Estados Unidos pretende rever a influência norte-americana no mundo, principalmente o acordo nuclear com o Irão e a luta contra o Estado Islâmico.
“Estamos optimistas com o futuro governo dos EUA e esperamos trabalhar com o mesmo em todas as áreas que são objecto de preocupação dos dois países”, disse Jubeir.
“Vamos olhar para a visão do governo de Donald Trump como articulada. Queremos restaurar o papel da América no mundo de damos as boas-vindas ao desejo de derrotar o Estado Islâmico”, sublinhou o ministro. Adel al-Jubeir disse que os interesses do maior exportador de petróleo do mundo estão alinhados com os dos Estados Unidos, seja geopoliticamente (na Síria, Iraque, Iémen e Irão) ou em questões energéticas e financeiras.
Acordo nuclear
A União Europeia contactou de maneira informal a equipa de Donald Trump para dissipar qualquer mal-entendido relacionados ao acordo com o programa nuclear iraniano, que é muito criticado pelo presidente eleito dos Estados Unidos. Federica Mogherini, chefe da diplomacia europeia, reafirmou que os europeus apoiam este acordo extremamente importante, que mostra que a diplomacia é eficaz.
Firmado em Julho de 2015 por Teerão e pelas seis grandes potências (Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha), o acordo tem sido objecto de críticas recorrentes de Donald Trump. Em entrevista a jornais europeus, Trump declarou que se trata de “um dos piores acordos já conseguidos, um dos mais estúpidos”, mas não revelou se vai questioná-lo.
Os contactos da União Europeia com a futura administração norteamericana visam explicar o valor agregado do acordo, segundo a fonte diplomática europeia, que pediu para não ser identificada.
“Houve muitos mal-entendidos. Trata-se de um acordo multilateral, se uma parte se retira as demais podem fazer o mesmo”, destacou a fonte, acrescentando que a UE trabalha de mãos dadas com China e Rússia neste tema.