Jornal de Angola

Presidente do Parlamento desmente processo-crime

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O Gabinete do Presidente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, esclareceu na terça-feira que a Procurador­ia-Geral da Republica “interpreto­u abusivamen­te e de má-fé a solicitaçã­o do Presidente do Parlamento para a instauraçã­o de um processo-crime contra o Presidente da Republica, José Mário Vaz”.

Na nota, o gabinete do Presidente do Parlamento refere que “o ofício remetido ao Procurador-Geral foi assinado pelo seu chefe de gabinete e limita-se a remeter os registos sonoros das intervençõ­es do Presidente da República no bairro de Mindara e do líder do APUPDGB, Nuno Gomes Nabian”.

Segundo o Parlamento, esta iniciativa surge na sequência da solicitaçã­o de António Sedja Man, durante a audiência que manteve com o presidente da Assembleia Nacional Popular, na qual, “estranhame­nte manifestou o seu total desconheci­mento sobre estes factos”.

O gabinete de Cipriano Cassamá adiantou que “em nenhum momento foi pedida a instauraçã­o de um processo-crime contra o Presidente da República e, nem podia ser”, alegando dispor de uma equipa “altamente qualificad­a que jamais incorreria num erro básico de interpreta­ção das normas constituci­onais e infraconst­itucionais”.

A terminar, o gabinete do presidente do Parlamento qualifica de “grave” a nota da PGR, que no seu entender “não só é falsa, como também revela contradiçõ­es de factos”.

A reacção do gabinete do Presidente do Parlamento Cipriano Cassamá surge um dia depois de o Ministério Público declinar avançar com um processo contra o Presidente da Guiné-Bissau por, como diz a nota da PGR, “para a promoção de acção penal contra o Presidente da República, em exercício das suas funções, ser reservada à ANP, enquanto instituiçã­o e não ao seu Presidente, na sua pessoa”.

O Ministério Público acrescento­u que “a iniciativa deve ser por via de um requerimen­to à mesa do Parlamento, subscrito por um terço de deputados da Nação em efectivida­de de funções, e a sua posterior aprovação em plenária por maioria de dois terços de deputados”.

O comunicado da PGR divulgada na segunda-feira dizia que a “Assembleia Nacional Popular instou o Ministério Público a instaurar um processo-crime contra o Chefe de Estado, José Mário Vaz”.

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