Diakité quer integração social dos nacionais na África do Sul
A embaixadora de Angola na África do Sul, Josefina Pitra Diakité, defendeu terça-feira, em Pretória, a necessidade das autoridades sul-africanas procederem a uma melhor integração social das comunidades angolanas residentes naquele país.
A chefe da missão diplomática expressou este desejo no encontro com o ministro da Administração Local e Assuntos Tradicionais da África do Sul, David Van Rooyen, com quem avaliou a situação das comunidades angolanas que residem em território sul-africano.
Durante o encontro, a embaixadora defendeu a criação de formas de legalização e integração social daqueles que, por várias razões, não puderam obter a autorização migratória de residência permanente depois de expirado o visto transitório de dois anos, concedido no âmbito do fim do estatuto de refugiados angolanos na África do Sul.
A diplomata informou ao ministro que a maior parte dos angolanos nessa condição vive há cerca de 20 anos neste país e muitos deles têm famílias constituídas com cidadãos sulafricanos. Explicou ainda que com a caducidade dos vistos de permanência, os angolanos passaram a enfrentar várias dificuldades, tais como o acesso ao emprego e aos serviços de saúde, barreiras na educação dos filhos e impedimento na movimentação das suas contas bancárias.
Busca de emprego
Josefina Pitra Diakité pediu ao ministro da Administração Local e Assuntos Tradicionais para equacionar melhor o assunto e encontrar uma saída plausível porque, segundo ela, o facto de muitos chefes de família ficarem sem a possibilidade de obterem emprego e estarem impedidos de movimentar as suas contas bancárias cria situações menos boas. A diplomata Diakité informou ao ministro sul-africano sobre as condições precárias em que vivem os ex-integrantes do então “Batalhão Búfalo” que, actualmente, vivem neste território como angolanos naturalizados sulafricanos.
A diplomata advertiu ainda que os ex-integrantes do então “Batalhão Búfalo”, sobretudo os que residem na localidade de Pomfret, vivem na condição de pobreza extrema, tendo defendido que as autoridades sul-africanas devem providenciar uma melhor integração económica e assistência social aos mesmos.
Sobre o assunto, o ministro David Van Rooyensugeriu a realização de uma visita de constatação àquela localidade, e na companhia da embaixadora definir-se a forma mais adequada para se resolverem os problemas que afectam a comunidade lá residente.
Josefina Pitra Diakité comunicou ao ministro da Administração Local e Assuntos Tradicionais que existem cerca de cinquenta angolanas, ex-esposas e viúvas de antigos combatentes do ANC, a viverem em situação de precariedade na província do Free State e que carecem de apoio social do Governo da África do Sul.
No fim da reunião, o ministro David Van Rooyen agradeceu à embaixadora pela informação e assegurou que vai trabalhar com as demais instituições do Governo sulafricano, no intuito de serem definidos os mecanismos necessários de apoio social para a integração económica das comunidades angolanas residentes na África do Sul.