Jornal de Angola

Rússia aceita criar zonas de segurança

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A Rússia afirmou ontem que está disposta a negociar a criação de zonas de segurança na Síria, uma proposta feita pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde que a medida realmente habilite acampament­os para os civis e que seja feita em acordo com as autoridade­s sírias.

“Vamos esclarecer com os parceiros norte-americanos os detalhes desse projecto”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que elogiou a proposta de Trump como uma tentativa de “dar alguns passos para aliviar a carga migratória sofrida pela Europa e os países vizinhos da Síria”.

“Seria preciso pensar em criar zonas de residência para os deslocados dentro do território sírio, além de acertar todos os detalhes práticos e a própria criação dessas zonas de segurança com o governo da Síria”, explicou Lavrov.

A proposta de Trump, segundo o chanceler russo, é diferente das feitas em períodos anteriores pelos EUA, quando o presidente ainda era Barack Obama. O republican­o, que assumiu o poder em 20 de Janeiro, determinou que o Departamen­to de Estado elabore um plano para criar as zonas de segurança em até 90 dias.“Eles propunham na época criar no território sírio uma espécie de local para instalar um governo alternativ­o e usá-lo para derrubar o governo”, referiu o ministro russo. Actualment­e, os únicos acordos entre Rússia e EUA sobre a Síria se limitam a evitar incidentes entre aviões e contingent­es militares que os dois países mantêm no país.

O ministro russo referiu que o Presidente sírio, Bashar Al Assad considera ilegal a intervençã­o da coligação internacio­nal liderada pelos norte-americanos em seu território, mas disse que o Kremlin está aberto a aceitá-la com duas condições.

“Se eles realmente lutarem contra o Estado Islâmico e a Frente al Nursa, e se a coligação coordenar as suas acções com a Rússia. Estamos dispostos a dialogar em qualquer momento sobre a cooperação. Há possibilid­ades ilimitadas na Síria, desde que haja vontade política e disposição de nossos militares em transforma­r essa vontade em factos concretos”, destacou.

O chefe da diplomacia russa lembrou que no ano passado os militares dos dois países firmaram um acordo para compartilh­ar dados de inteligênc­ia para localizar e bombardear alvos rebeldes em território sírio.

No último momento, disse Lavrov, quando todos os acordos já estavam fechados, “o governo de Obama não teve forças para esquecer os seus objectivos sobre a Rússia”. Após a chegada de Trump à Casa Branca, o ministro russo disse que há possibilid­ade para um diálogo profission­al entre os militares do país e dos Estados Unidos, com o objectivo de elaborar medidas concretas para acabar com os rebeldes no território sírio.

Entrega de munições

Aviões de carga sírios transporta­ram com sucesso munições para a guarnição em Deir ez-Zor, cercada pelos rebeldes, segundo o canal de televisão libanês AlMayadin.O canal Al-Mayadin detalhou que a carga chegou as posições de pára-quedas à base militar em Deir ez-Zor. Esta cidade é de grande importânci­a económica e estratégic­a para os rebeldes. A cidade fica entre Raqqa e Mossul e é fundamenta­l em caso de retirada dos rebeldes destas cidades.

Os rebeldes ocupam praticamen­te todo o território da província de Deir ez-Zor e uma parte da sua capital. Os bairros controlado­s por militares sírios estão cercados há três anos.

A ajuda humanitári­a e munições para os habitantes e defensores da cidade é feita por via aérea. A base aérea de Deir ez-Zor é a última linha de defesa do Exército sírio nesta região. A guarnição da base está a se defender de homens-bomba e de veículos blindados lançados por unidades dos grupo Estado Islâmico.

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