ONU pede consenso a África
Organização está preocupada com agravar da violência
As Nações Unidas esperam encontrar posições comuns da União Africana sobre a estabilização do Sudão do Sul na Cimeira regional que termina hoje em Addis Abeba, afirmou, à margem do encontro, o representante do Secretário-Geral e chefe da Missão da ONU no país (Unmiss).
David Shearer disse que em Setembro o Conselho de Segurança aprovou o envio de uma força de protecção regional de 4 mil homens para criar “maior confiança nos civis, em Juba, e as condições de estabilidade”.
Em relação ao contingente adicional, explicou que são finalizados debates sobre os locais e o momento de implantação, que há “muito trabalho de bastidores com os esforços de muita gente” e que a percepção “é que o Presidente sul-sudanês acolhe a força regional”.
David Shearer falou antes de, numa declaração conjunta divulgada no domingo, assinada pela Autoridade Intergovernamental sobre Desenvolvimento (IGAD), ONU e União Africana afirmarem estar preocupadas com o que chamaram de “alastramento da violência e riscos de atrocidades em massa ”.
O documento foi elaborado após um encontro entre o primeiro-ministro da Etiópia e líder do IGAD, Hailemariam Desalegn, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, em Adis Abeba, capital da Etiópia, realizado à margem da 28ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, no qual manifestaram “preocupações profundas com a continuação do alastramento de combates no Sudão do Sul, e o risco de a violência entre comunidades escalar para atrocidades em massa”.
Hailemariam Desalegn, António Guterres e Nkosazana Dlamini-Zuma, que sublinharam no encontro que a situação humanitária está a piorar e o conflito só pode ser resolvido “através de meios políticos e dentro do contexto do Acordo de 2015 sobre a Resolução do Conflito do Sudão do Sul”, reafirmaram o compromisso com a busca da paz, da segurança e da estabilidade do mais novo país do mundo e pediram o fim dos combates e a garantia de um processo político inclusivo.
Na semana passada, as autoridades do Sul reiteraram o compromisso de receber a força de protecção regional de 4 mil homens, que vai juntar-se aos cerca de 12 mil soldados que já servem na Unmiss, depois de o representante da missão afirmar que a Organização das Nações Unidas e o Sudão do Sul podem trabalhar “em estreita colaboração para garantir um melhor entendimento entre as partes, incluindo com a missão de paz”.
Os detalhes sobre a força devem ser abordados pela União Africana na Cimeira de Addis Abeba.