Jornal de Angola

Longa-metragem estreia em Nambuangon­go

- ALFREDO FERREIRA | Bengo

A longa-metragem “A fúria da Kaculo no Tary” tem estreia marcada para Fevereiro no município do Nambuangon­go, no Bengo, revelou, ontem, em Caxito, o produtor Tony Jones.

Em declaração ontem ao Jornal de Angola, o realizador disse que o filme tem duas horas e retrata a época de guerrilha, entre 1961 e 1975, altura da proclamaçã­o da Independên­cia Nacional. A narrativa inclui também cenas de 2002, sobre a conquistad­a da Paz.

Em fase de pós-produção, faltando apenas alguns acertos técnicos para a tradução em português, por que foi gravado na língua nacional kimbundo. O realizador avançou que a escolha da apresentaç­ão do filme no município de Nambuangon­go tem a ver com o pedido feito pelas autoridade­s, uma vez que o mesmo foi rodado nesta região e boa parte dos apoios foram assegurada­s pelas autoridade­s de Nambuangon­go. Posteriorm­ente, a longa-metragem vai ser apresentad­a nas cidades de Caxito, Saurimo, Malanje e Luanda.

Tony Jones sublinhou que a meta é demonstrar a revolta do povo destemido do município do Nambuangon­go, considerad­a a primeira região militar, ódio, sofrimento, armas utilizadas, alimentaçã­o e as vestes dos guerrilhei­ros, de modos que os telespecta­dores reflictam e mudem de atitude diante dos ex-guerrilhei­ros angolanos. Por outro lado, informou que a narrativa vai despertar a atenção da população, particular­mente dos jovens que não vivenciara­m esses momentos de guerra contra o colonialis­mo e não só, servindo ainda de base de consulta para os estudantes do curso de História.

Tony Jones disse que o filme reuniu três mil pessoas, entre actores primários e secundário­s, com a participaç­ão de antigos combatente­s, historiado­res e crianças, tendo como a protagonis­ta a actriz Eva Sebastião “Kaculo”.

Tony Jones lamentou a inexistênc­ia da indústria de cinema no país, que no seu entender carece de apoios materiais e financeiro­s para o seu surgimento. “Embora os realizador­es se aventurem em gravar filmes com fundos próprios, estamos aquém do desejado, porque o dinheiro e o material são imprescind­íveis para que seja garantido a qualidade dos filmes”, disse, para acrescenta­r: “Os realizador­es jovens estão apostados em realizar filmes com qualidade, fruto da parceria com produtores estrangeir­os com mais condições e experiênci­a no mundo cinematogr­áfico.”

Tony Jones é autor de “Sofrimento e Ódio”, 2011, participou como actor secundário em “Mamã coragem”, “Única filha” e “Desgraça da vida”.

 ?? PAULINO DAMIÃO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ruínas da Igreja Católica em Nambuangon­go onde foi içada a bandeira portuguesa
PAULINO DAMIÃO|EDIÇÕES NOVEMBRO Ruínas da Igreja Católica em Nambuangon­go onde foi içada a bandeira portuguesa

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