Fábrica de reciclagem de plástico em Viana
O país conta desde ontem com uma nova fábrica de reciclagem de produtos plásticos e metálicos. A Ango-Recicla está situada em Viana e foi inaugurada pela ministra Maria de Fátima Jardim, por ocasião do Dia Nacional do Ambiente.
Pertencente ao grupo Global Manutenção e Serviços Técnicos Lda, a fábrica está vocacionada para a reciclagem e valorização de resíduos de plástico e metálicos, no quadro de um projecto que combina objectivos empresariais, preservação e protecção da qualidade do ambiente. Receber, pesar e processar resíduos de plástico e de metal, para produção de plástico triturado em “big bags” (sacos grandes) e metais ferrosos e não ferrosos, em fardos, resume o processo de produção da fábrica.
Para Fátima Jardim, o surgimento da Ango-Recicla vem reforçar a linha de reciclagem no país, que de certa forma precisa de mais fábricas que se dedicam à reciclagem e valorização de resíduos, que por essa razão continuam a ser encaminhados para os aterros.
“Vai criar impacto positivo em termos sociais e económicos, uma vez que além de gerar centenas de postos de trabalho, directos e indirectos, essa fábrica deve impulsionar o surgimento de microempresas dedicadas à recolha selectiva de resíduos”, disse Fátima Jardim.
Pela manhã, a ministra orientou os trabalhos de um seminário nacional sobre como “Educar na preservação para garantir a sustentabilidade”. Na ocasião, Fátima Jardim destacou as políticas integradoras que têm estado a ser implementadas no país, tendo em conta objectivos nacionais e globais.
“A edificação da sustentabilidade diversifica o conceito de desenvolvimento sustentável e vincula o Ambiente no mundo a questões transversais múltiplas que integram a pobreza, fome, a redução de emissões, os resíduos, a biodiversidade, a qualidade ambiental, as pescas, a poluição, entres outras”, declarou.
Desse modo, disse, Angola reduziu a pobreza e “elevámos os compromissos com a segurança alimentar, e os níveis de desenvolvimento humano num verdadeiro compromisso com a elevação da qualidade de vida das populações, sobretudo as mais carenciadas”. Segundo Fátima Jardim, Angola submeteu a sua contribuição nacional privilegiando a Energia, Águas e a Segurança Alimentar com o desenvolvimento. A ministra do Ambiente referiu-se ao Acordo de Paris como um “compromisso irreversível e que temos que mobilizar recursos para o financiamento das nossas necessidades”.
A cidade do Namibe acolhe hoje o acto central do Dia Nacional do Ambiente. Fátima Jardim apelou à sensibilidade das empresas e outras entidades da sociedade civil para que trabalhem em prol da preservação e valorização do Ambiente.
Todos culpados
Para o ministro do Ambiente de Portugal, João Mota Fernandes, que também participou no seminário, as tarefas ambientais são de todos. “Quando falamos em alterações climáticas, nós os seres viventes, somos todos culpados. Por isso, como nações comprometidas com a sustentabilidade do planeta, precisamos de encontrar soluções conjuntas, porque um país por si só não pode terminar com as alterações e evasões globais.”
O seminário serviu de mote para a proclamação da Associação Nacional de Empresas de Tecnologias Ambientais (ANETA), que rubricou dois protocolos de cooperação, com a Associação Portuguesa de Tecnologias Ambientais (APMETA) e a Associação dos Empresários de Luanda (AEL).