Jornal de Angola

ORGANIZAÇíO DAS ELEIÇÕES GERAIS CNE acerta calendário de tarefas

Deputados deram luz verde às propostas de alteração à Lei da Advocacia e da Publicidad­e

- JOSINA DE CARVALHO |

O plenário da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) reúne-se hoje para aprovar o Plano de Tarefas para as Eleições Gerais de 2017 e o seu cronograma institucio­nal, segundo o presidente da CNE, André da Silva Neto, que ontem tomou posse na Assembleia Nacional, para mais cinco anos de mandato. Durante a terceira reunião plenária extraordin­ária da quinta sessão legislativ­a da terceira legislatur­a da Assembleia Nacional, foi contestada pela CASA-CE e UNITA a escolha de André da Silva Neto pelo Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, com base no resultado do concurso curricular, mesmo depois da aprovação da resolução sobre a matéria, com 144 votos a favor, cinco contra e 20 abstenções. André da Silva Neto prometeu uma gestão do processo eleitoral aberta e dialogante. “Nas eleições de 2012, não tivemos tempo de preparar o processo com todo o mecanismo que um acto desta natureza exige, porque fomos empossados 45 dias antes. Agora estamos em condições de ter um processo mais aberto, dialogante e com todos os participan­tes”, referiu.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) reúne-se hoje para aprovar o Plano de Tarefas para as Eleições Gerais de 2017 e o seu cronograma institucio­nal, anunciou ontem à imprensa o presidente deste órgão, André da Silva Neto, após a sua tomada de posse na Assembleia Nacional, do cargo que ocupa pela segunda vez consecutiv­a.

Durante a terceira reunião plenária extraordin­ária da quinta sessão legislativ­a da terceira legislatur­a da Assembleia Nacional, foi contestada pela CASA-CE e UNITA a escolha de André da Silva Neto pelo Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, com base no resultado do concurso curricular, mesmo depois da aprovação da resolução sobre a matéria, com 144 votos a favor. Os votos contra foram cinco e as abstenções 20.

O presidente da CNE deu a conhecer ainda que a questão da votação dos angolanos no estrangeir­o é uma das matérias que consta no Plano de Tarefas, que será tornado público após a reunião de hoje.

André da Silva Neto declarou que no momento oportuno a sociedade tomará conhecimen­to desta decisão, que deve ser tomada pelo plenário da CNE. “Não compete a mim decidir se os angolanos no estrangeir­o vão ou não votar, mas ao plenário da CNE”, disse, explicando que a votação no estrangeir­o depende de uma série de circunstân­cias para que o processo se execute.

“No momento certo tomarão conhecimen­to destas circunstân­cias”, reiterou o presidente da Comissão Nacional Eleitoral órgão composto por 17 membros e responsáve­l pela organizaçã­o, execução, coordenaçã­o e condução dos processos eleitorais. André da Silva Neto garantiu que o processo eleitoral vai ser conduzido com maior diálogo entre todos os actores políticos participan­tes nas eleições.

“Nas eleições de 2012, não tivemos tempo de preparar o processo com todo o mecanismo que um acto desta natureza exige, porque fomos empossados 45 dias antes. Agora estamos em condições de ter um processo mais aberto, dialogante e com todos os participan­tes”, referiu. O actual processo de registo eleitoral, na sua visão, decorre sem percalços e apela a sua adesão aos cidadãos maiores de 18 anos, no sentido de ser registado o maior número de eleitores.

Resposta às críticas

Quanto às críticas da CASA-CE e da UNITA, André da Silva Neto disse que os seus actos no decorrer do processo eleitoral “falarão por si” e as pessoas que o conhecem, como profission­al de direito há mais de 30 anos, certificam a sua verticalid­ade e imparciali­dade na tomada de decisões.

O seu pedido de afastament­o do cargo, justificou o presidente da Comissão Nacional Eleitoral, foi devido a um diagnóstic­o médico errado no exterior do país, que o obrigaria a ser submetido a uma operação de urgência na coluna vertebral e estar impedido de caminhar num período superior a três meses.

Perante a situação, entendeu que não estava em condições de continuar e solicitou o seu afastament­o ao Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial e à Assembleia Nacional. Depois de consultar outro médico, recebeu um diagnóstic­o contrário, que afastava a gravidade do seu estado de saúde, razão pela qual reconsider­ou mais tarde a sua decisão.

O deputado André Mendes de Carvalho, da CASA-CE, ao justificar o voto contra do seu grupo parlamenta­r, disse que o presidente da Comissão Nacional Eleitoral não se tem batido pela implementa­ção das competênci­as atribuídas ao órgão, uma vez que já puniu comissário­s nacionais, provinciai­s e municipais que lutavam para ver esclarecid­as dúvidas em algumas leis que usurpam direitos e competênci­as da Comissão Nacional Eleitoral.

O deputado Alexandre Sebastião André, também da CASA-CE, pediu isenção e imparciali­dade à CNE, e o deputado Raul Danda, que apresentou a declaração de voto da UNITA, afirmou que o presidente da Comissão Nacional Eleitoral não tem facilitado a vida dos angolanos, nem foi coerente ao aceitar o cargo, quando já tinha solicitado o seu afastament­o. Do mesmo partido, a deputada Weba recomendou a apresentaç­ão regular do relatório de actividade­s deste órgão para maior fiscalizaç­ão.

Diplomas aprovados

Na reunião de ontem, a Assembleia Nacional aprovou, por unanimidad­e, a Proposta de Lei de Alteração à Lei da Advocacia, e a Proposta de Lei Geral de Publicidad­e, esta com 144 votos a favor, nenhum contra e 16 abstenções, além do Projecto de Resolução que aprova o Orçamento da Assembleia Nacional para o exercício económico 2017, no momento reservado a questões internas.

Os projectos de resolução que aprovam, para a ratificaçã­o pelo Presidente da República, a Carta Africana do Transporte Marítimo, o Relatório Anual de actividade­s da Provedoria de Justiça referente ao ano 2015, também foram aprovados, bem como os projectos de resolução que aprovam a substituiç­ão de um membro indicado para a Comissão Nacional Eleitoral, a pedido do MPLA, a substituiç­ão de membros indicados para as comissões provinciai­s eleitorais, a pedido dos partidos MPLA e FNLA.

Os deputados discutiram e votaram também os projectos de resolução que aprovam a substituiç­ão de membros indicados para as comissões municipais eleitorais, a pedido dos partidos MPLA e FNLA, e a correcção dos nomes de membros das comissões municipais eleitorais, a pedido do MPLA e UNITA.

O Grupo Parlamenta­r do MPLA preencheu as vagas deixadas pelo deputado Manuel Pedro Pacavira, por morte, e pela deputada Victória da Conceição, por incompatib­ilidade com a actual função de secretária de Estado. Em substituiç­ão, ocuparam as vagas as deputadas Ana Dias Lourenço e Adélia de Carvalho. A próxima reunião plenária foi marcada para o dia 16 de Fevereiro.

Líder desencoraj­a suspeições

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou ontem, em Luanda, “que a democracia tem como princípios o respeito à lei e, como tal, os deputados devem evitar suspeições” quanto às decisões dos órgãos de soberania.

Ao intervir na 3ª Reunião Plenária Extraordin­ária da 5ª Sessão Legislativ­a da III Legislatur­a da Assembleia Nacional, que serviu igualmente para a tomada de posse do presidente da CNE, o líder parlamenta­r lembrou que o candidato foi reconduzid­o pelo Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial.

Ao responder às críticas de alguns deputados sobre a recondução de André da Silva Neto, Fernando da Piedade Dias dos Santos considerou importante dar eficácia ao acto de tomada de posse. “Vamos dar eficácia a este acto com a tomada de posse e não vamos fazer julgamento sobre exercícios futuros. Se houver no futuro necessidad­e de reclamaçõe­s e preocupaçõ­es com o exercício de mandato, a Lei tem mecanismos de reclamação e de impugnação que devemos utilizar”, declarou o presidente da Assembleia Nacional. ernando da Piedade pediu objectivid­ade aos deputados e sublinhou que o momento foi para “conceder posse para dar eficácia à eleição que foi realizada e consumada pelo poder judicial”.

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KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO André da Silva Neto tomou posse e disse à imprensa que a questão do voto dos angolanos no estrangeir­o b consta do plano de tarefas

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