Associação de Secretárias quer instituir dia nacional
ENCONTRO NACIONAL
A Associação das Secretárias de Angola pretende instituir o dia 31 de Janeiro como o Dia Nacional da Secretária, informou em Luanda, a presidente da organização.
Em declarações ao Jornal de Angola, no âmbito do 10º Encontro Nacional de Profissionais e Estudantes de Secretariado realizado na capital, Lanvu Amélia Ariel manifestou o desejo de que a data possa ser instituída no próximo ano, quando a associação completar vinte anos de existência.
AAssociação das Secretárias de Angola foi criada a 31 de Janeiro de 1998. O 10.º Encontro Nacional de Profissionais e Estudantes de Secretariado que decorreu sob o lema “Equipe”, que significa excelência, qualidade, união, intercambio e potencialidade, debateu questões como "Secretária e Legislação, “Formação técnico-profissional, médio e superior”, “A investigação científica e a carreira profissional" e "Decretos que regulam a profissão e os cursos".
O encontro defendeu a criação de uma biblioteca para a conservação dos melhores trabalhos de fim de curso e a sua transformação em trabalhos didácticos. “Os trabalhos de fim de curso do ensino médio e superior, muitas vezes são arquivados e esquecidos, enquanto os estudantes queixam-se de falta de manuais. Neste sentido, pretendemos que os melhores trabalhos sejam recuperados e transformálos em didácticos”, disse Lanvu Amélia Ariel. Os participantes discutiram também a metodologia para a realização, no próximo ano, das primeiras jornadas cientificas da associação, no âmbito do 20.º aniversário da organização.
Cristina George Silva, docente da Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, disse que o curso de Secretariado Executivo já é muito solicitado em Angola.
“Secretariado é um curso polivalente, composto de várias cadeiras, e permite ao indivíduo, após a sua formação, tomar decisões e participar no desenvolvimento das organizações”, referiu.
A docente universitária defendeu a parceria com as entidades empregadoras criando unidades de inserção dos jovens diplomados. Referiu que isto vai ajudar os jovens licenciados a encontrar trabalho.
O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) leva a cabo, em Luanda, um projecto que garante maior dignidade e segurança aos jovens que realizam actividades informais na via pública.
Denominado Emprego e Cidadania, o projecto, que em breve vai ser estendido a todas as províncias do país, é uma orientação do Presidente da República e visa identificar os cidadãos que exercem actividades profissionais de forma informal na via pública, nomeadamente engraxadores, ardinas, sapateiros, reparadores de telemóveis e outros.
Com a iniciativa, esses serviços passam do mercado informal para o oficial, fazendo parte do sector real da economia nacional. Os jovens profissionais vão pagar uma taxa mínima de imposto que lhes vai permitir a inscrição no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), estarão identificados com um passe de trabalho e terão postos fixos para o exercício das suas actividades.
A iniciativa do Governo vai promover o bem-estar social dos jovens profissionais e incentivar a preservação e manutenção do património. A primeira fase do projecto já foi lançada e envolve 40 jovens.
Além de receberem equipamentos apropriados para a actividade que realizam, os jovens são inscritos e registados pelas administrações de cada município e pelo Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP).
O ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Pitra Neto, deu a conhecer que nos próximos dias o projecto vai ser lançado nas outras províncias do país. “O Executivo tem feito esforços para formar a juventude e garantir emprego que dá um rendimento lícito para melhorar a qualidade de vida deles e das suas famílias. Por isso, é importante que todos tenham a responsabilidade de conservar estes equipamentos”, disse o ministro.
O trabalho informal nas ruas de Luanda tem sido uma dor de cabeça para muitos que procuram o sustento para si e respectiva família. Várias pessoas contactadas pelo Jornal de Angola revelaram insegurança devido a assaltos e à “batalha” permanente com os fiscais, acabando muita vezes por ser detidas.
Lucas Benjamin, 30 anos, trabalha há sete anos como engraxador e contou que a iniciativa do Governo vai livrá-lo do desconforto e dos riscos que tem vivido ao realizar a sua actividade.Pai de três filhos, começou a engraxar sapatos em Benguela. Já em Luanda, chegou a passar noites numa cela por causa do seu trabalho. Por isso, preferiu aderir ao projecto Emprego e Cidadania para garantir a sua segurança e ter maior dignidade no trabalho.“Vivia uma situação muito triste. Mesmo a tentar lutar pela vida e sustentar a família ainda corria o risco de ser detido como se fosse delinquente e de perder o material de trabalho. É de louvar a iniciativa do Executivo. Agora vamos trabalhar sem ter que fugir dos fiscais”, afirmou.
Joaquim Lucamba, 20 anos, engraxador desde os oito anos, é órfão de pai e mãe, pelo que foi obrigado a lutar pela vida muito cedo. Está em Luanda desde 2006 e vive sozinho na zona da Boavista.
O seu posto de trabalho fica na Mutamba. Com o que ganha, disse o jovem, dá para satisfazer necessidades como a renda de casa, alimentação e estudos. “Tenho um único irmão, que já vive com a mulher, por isso tenho de me virar sozinho. Lavo, cozinho e arrumo o quarto onde vivo. Este projecto é bem-vindo porque vamos trabalhar em melhores condições e ainda vamos poder garantir a nossa reforma, porque já estamos inscritos no Instituto Nacional de Segurança Social”, desabafou.