CARTAS DO LEITOR
Angolana na União Africana
Fiquei satisfeito com o facto de uma mulher angolana, a engenheira Josefa Sacko, ter sido eleita para comissária da União Africana para o Comércio Rural e Agricultura. É sempre bom que haja angolanos nas organizações internacionais. Penso que devíamos trabalhar mais no sentido de colocarmos muitos quadros angolanos, homens e mulheres, em importantes organizações internacionais. Temos de apostar na formação de quadros de elevada qualidade. É preciso que os nossos quadros tenham elevadas competências para poderem ingressar sem grandes dificuldades em organizações internacionais.
Quero dar os parabéns à nossa compatriota Josefa Sacko, que vai assumir grandes responsabilidades. Uma parte considerável das populações africanas vive da agricultura, que constitui fonte de rendimento e subsistência de muitas famílias nos países do nosso continente. Josefa Sacko é uma pessoa que tem já uma larga experiência em termos de gestão de programas ligados à agricultura. Acredito que ela vai conseguir contribuir para que muita coisa mude no continente, para bem dos povos de África. Desejo à nossa compatriota Josefa Sacko muitos êxitos na sua missão.Que a eleição da engenheira Josefa Sacko incentive outros quadros angolanos a aumentar as suas competências.
Investigação científica
A investigação científica deve ser, quanto a mim, uma prioridade no nosso país. As nossas universidades devem preocupar-se com a investigação científica.
Os professores e os alunos universitários devem ser incentivados a enveredar pela investigação. Há professores e estudantes universitários de grande qualidade, devendo-se dar todo o apoio necessário para que eles continuem a aumentar as suas competências.
Desejamos todos que o país tenha não só muitos cidadãos diplomados, mas também com elevado conhecimento que possa ajudar o país a progredir. É o conhecimento que leva os países ao progresso. Não deve haver apenas preocupação em se atribuir muitos diplomas nas universidades e noutras escolas superiores. Deve haver, em primeiro lugar, a preocupação de se dotar os formandos de conhecimentos que possam permitir-lhes resolver os problemas da sociedade.
Já agora gostava de sugerir que se afectassem recursos financeiros à investigação científica. Que se aproveite por exemplo a experiência e competências de angolanos que na diáspora têm trabalhado com sucesso em prestigiadas universidades estrangeiras. Temos de saber onde se encontram os nossos compatriotas, cujo saber e cuja experiência podem ajudar o país a crescer.
Comissões de moradores
Penso que as comissões de moradores podem ajudar a Administração Local do Estado a resolver muitos problemas dos munícipes. As comissões de moradores, representativas dos residentes de uma determinada circunscrição, estão em condições, pelo conhecimento que têm dos problemas que afectam os cidadãos, de dar contributos no sentido deles serem resolvidos com celeridade. Que as comissões de moradores venham a estabelecer uma colaboração estreita com a Administração Local do Estado, a fim de que as preocupações dos cidadãos sejam rapidamente canalizadas para os órgãos que têm de tomar decisões. As administrações municipais e distritais precisam de ter informação para saberem dos problemas dos cidadãos. As comissões dos moradores podem, não só dar informações às administrações municipais e distritais, como também sugerir soluções para a resolução dos problemas. As comissões de moradores devem transmitir, com oportunidade, às administrações municipais e distritais as preocupações dos cidadãos. Os problemas não devem ficar muito tempo sem solução. As populações querem ver as suas necessidades satisfeitas.Se houver permanente colaboração entre as comissões de moradores e as administrações locais do Estado, muita coisa há-de mudar.