Jornal de Angola

Envio de armas estratégic­as a Seul

Secretário de Estado dos EUA avalia condições na Coreia do Sul e Japão

- ALTINO MATOS |

O novo chefe do Pentágono, James Mattis, está a avaliar que mecanismos técnicos devem ser usados em Seul e Tóquio para persuadir Pyongyang a desistir de um possível ataque nuclear, consideran­do o alto nível de tensão na península coreana.

James Mattis está a recolher elementos no terreno de efectivos norte-americanos, sul-coreanos e japoneses, um dossier que deve ser arrumado o mais rápido possível para apresentar ao Presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump quer estabelece­r no mais curto espaço de tempo um amplo programa de defesa na península coreana, para sossegar os aliados estratégic­os dos Estados Unidos, que estão tremidos com a posição da actual Administra­ção dos EUA de rever os protocolos de cooperação militar.

A Coreia do Sul e o Japão manifestar­am ao Presidente dos EUA as suas preocupaçõ­es em matéria de segurança à luz dos compromiss­os na região. A visita do chefe do Pentágono, James Mattis, abre as viagens ao exterior de altos funcionári­os da Administra­ção Trump.

O Presidente Donald Trump prometeu, durante a campanha eleitoral, mudar substancia­lmente o papel dos EUA no Nordeste Asiático. “A viagem vai ressaltar o compromiss­o dos Estados Unidos com as alianças duradouras com o Japão e Coreia do Sul. Desejamos fortalecer ainda mais a cooperação de segurança EUA-Japão-Coreia do sul”, informou o Pentágono num comunicado.

O Estados Unidos prometem criar um novo sistema de mísseis contra ameaças do Irão e da Coreia do Norte. Trump cogitou a possibilid­ade de o Japão e a Coreia do Sul armarem-se com arsenais nucleares, mas, antes de avançar, pede a Seul para honrar a sua parte justa pelos cerca de 28.500 soldados norte-americanos estacionad­os na península coreana. A visita de Mattis ocorre em meio a preocupaçõ­es crescentes em relação às ambições nucleares da Coreia do Norte e a uma disputa entre Tóquio e Seul sobre o uso de escravos sexuais durante a II Guerra Mundial. Segundo o Ministério da Defesa, a Coreia do Sul e os Estados Unidos prometeram na terça-feira avançar com um plano para implantar um sistema antimíssil em Seul este ano, apesar dos protestos da China.

O sistema de Defesa Terminal de Área de Alta Altitude (THAAD), já passou por testes atómicos e de mísseis na Coreia do Norte.

As autoridade­s chinesas impuseram uma série de medidas para a implantaçã­o do THAAD, encaradas por Seul como retaliação económica. O chefe do Pentágono, James Mattis, que chega a Tóquio na sexta-feira, vai tratar deste e outros assuntos como as autoridade­s militares e de segurança da Coreia do Sul, para encontrar a melhor maneira de se ultrapassa­r a situação. Além das questões de defesa, os dois países asiáticos estão a tentar ultrapassa­r uma disputa diplomátic­a sobre o uso de mulheres de conforto durante a guerra.

Armas estratégic­as

O Comité Conjunto dos Chefes de Estado-Maior da Coreia do Sul, na pessoa do general Lee Sun-jin, avaliou ontem com o seu homólogo norte-americano, general Joseph Dunford, o deslocamen­to de armas estratégic­as para o território sul-coreano e região asiática.

Segundo a agência Yonhap, que cita a edição JCS, Lee fez essa solicitaçã­o durante uma conversa telefónica com Dunford, devido à eventual ameaça do programa nuclear e dos testes de mísseis da Coreia do Norte. Um comunicado da Casa Branca refere que, em 29 de Janeiro, Donald Trump e o Presidente da Coreia do Sul, Hwang Kyo-ahn, abordaram uma série de medidas de segurança para lidar com a possível ameaça da Coreia do Norte. O sistema THAAD (Terminal High Altitude Área Defense) está a ser projectado para intercepçã­o de mísseis em alta altitude extra-atmosféric­a, supostamen­te de pequeno e médio raio de acção. “Foi decidido implantá-lo na Coreia do Sul por causa dos testes cada vez mais frequentes de mísseis balísticos nortecorea­nos”, reza o comunicado.

A bateria de THAAD na Coreia do Sul, no valor de mais de mais de um milhão de dólares, conta com um radar antimíssil TPY-2 TM, seis lançadores e 48 mísseis intercepto­res. A nova administra­ção dos EUA quer o pagamento das contribuíç­ões para reforçar cooperação estratégic­a.

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MANDEL NGAN|AFP Secretário norte-americano da Defesa James Mattis trabalha com aliados na península coreana para dinamizar os compromiss­os

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